Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, por exemplo, não têm cura, mas tratamentos controlam a inflamação e reduzem os sintomas causados proporcionando melhor qualidade de vida. Saiba mais
As doenças inflamatórias intestinais fazem parte do dia a dia de cerca de 10 milhões de pessoas no mundo. Entre elas estão a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, doenças inflamatórias autoimunes e crônicas que podem atingir parte ou todo o tubo digestivo. No Brasil, essas doenças vêm crescendo de acordo com registros do SUS e deixam de pertencer à categoria de doenças raras segundo entidades como GEDIIB, Associação Nacional dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII Brasil) e Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e da Doença de Crohn (ABCD).
Dados da ABCD mostram que cerca de 12% dos pacientes demoraram mais de três anos para serem atendidos por um médico especialista (gastroenterologista ou coloproctologista) e 43% foram ao menos, quatro vezes ao pronto-socorro, antes de receber um diagnóstico final.
Apesar de ainda não existir cura, os tratamentos existentes são bastante eficazes para controlar o processo de inflamação e reduzir os sintomas, permitindo, assim, a qualidade de vida.
“O objetivo é regular essa disfunção e controlar a inflamação intestinal. Consequentemente, previne ou retarda o dano intestinal progressivo e suas consequências”, relata médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em gastroenterologia, Eloá Morsoletto, que também é sócia-fundadora do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB).
Segundo o último Consenso do GEDIIB 2023, os tratamentos imunobiológicos são recomendados para os casos moderados e graves das doenças infamatórias intestinais.
Maio Roxo: é preciso diagnosticar precocemente
19 de maio é o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais e o mês inteiro é dedicado a ações de conscientização para a doença, seu diagnóstico e tratamento.
“É preciso salientar a importância do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais rápido receberá o tratamento adequado, garantindo qualidade de vida ao paciente, diminuindo a probabilidade de complicações, necessidade de cirurgias, com perda de segmento intestinal”, alerta a gastroenterologista.
Sinais de alerta
De acordo com a cooperada da Unimed Curitiba, os primeiros sinais são dores abdominais e diarreia, às vezes constipação, frequentemente levando à associação com sintomas de outros sistemas que não o digestório. Após o diagnóstico, a definição sobre o tratamento é feita pelo especialista e depende dos sintomas, dos locais mais afetados pelas doenças, da gravidade, da evolução e se o paciente recebeu tratamentos anteriormente. Tratamentos medicamentosos com uso de corticosteroides e imunossupressores são algumas opções. Nos últimos tempos, os imunobiológicos aparecem como um avanço da medicina contra essas doenças.
O estudo epidemiológico recente liderado pela Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite mostrou que, em sua maioria, as manifestações mais graves da doença impactam pessoas mais jovens – entre 14 a 35 anos – e cerca de 21% desses pacientes apresentaram manifestações extraintestinais, ou seja, apresentaram outras doenças associadas como as reumatológicas, por exemplo.