Junho Vermelho: biologia molecular traz segurança na análise de sangue doado

Durante todo este mês, ocorre o Junho Vermelho, um período de conscientização que simboliza as ações de doação de sangue por todo o Brasil. No Paraná, cerca de 380 mil pessoas precisam de transfusões de sangue anualmente, mas apenas 185 mil são doadoras, segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa). O cenário do estado é o mesmo enfrentado pelo país inteiro, tendo em vista que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que um país tenha entre 3% e 5% de pessoas doadoras, comparado ao total de sua população. Mas o Brasil tem apenas 1,4%.

As épocas em que os estoques de sangue ficam mais baixos são durante os meses de inverno, nos períodos de férias escolares e feriados. Atualmente, os sangues que mais necessitam de doação nas hemorredes são o O+ e O-. Para manter os estoques estáveis, a orientação da Sesa é que cada pessoa doe sangue pelo menos duas vezes ao ano, pois uma única bolsa pode salvar a vida de até três pessoas. 

Desde a doação até chegar na pessoa que irá receber a transfusão de sangue, há diversas etapas. A chefe da divisão de hemoterapia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Renata Pavese explica os passos. “Após realizada a coleta, a bolsa de sangue segue para o setor de produção, onde será centrifugada e extraídos os seguintes hemocomponentes: concentrado de hemácias, plasma, concentrado de plaquetas e crioprecipitado. É realizada a separação dos hemocomponentes e, após o processo, o sangue fica estocado em ‘quarentena’ aguardando os resultados dos exames laboratoriais que estão sendo realizados em paralelo ao fracionamento. Após liberados os resultados dos exames e os mesmos forem negativos, as bolsas passam para o setor de distribuição e aguardam a solicitação dos hospitais para a liberação para os pacientes”.

Biologia molecular é utilizada em análise de sangue doado

Antes da coleta, o doador responde a um questionário, a fim de identificar possíveis doenças ou condições que impossibilitem a doação, como a realização de tatuagens nos 12 meses que antecedem a doação. “Não há a necessidade do doador realizar qualquer tipo de exame antes de fazer a doação. A grande importância é que esse doador seja sincero nas respostas dadas durante a Triagem Clínica. Isso é fundamental, pois, ao ser verdadeiro em suas respostas, não colocará em risco sua saúde e muito menos do receptor do sangue doado”, ressalta a chefe do setor de Hemoterapia do Hemepar.

Apesar da triagem, alguns exames, que visam à segurança e à saúde do doador e receptor, são realizados. Em todo sangue doado, o Hemepar realiza os seguintes exames: Anti-HIV I/II, Anti-HTLV I/II, Anti-HBc, Anti-HBV, Anti-HCV, Chagas, Sífilis, Tipagem ABO, Fator Rh e Hemoglobina S. Alguns exames são realizados com o uso da técnica de biologia molecular, que possui alta sensibilidade e torna possível identificar a presença de patógenos, mesmo em baixas quantidades, o que não é possível em exames tradicionais.

Os testes de NAT (Teste de Ácido Nucleico) detectam o material genético do agente causador de doença no sangue doado, e não a presença de anticorpos. São utilizados para detectar a presença do genoma viral do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), HCV (Vírus da Hepatite C) e HBV (Vírus da Hepatite B) circulante no plasma sanguíneo. Segundo Renata, a previsão até fevereiro de 2024 é a introdução do NAT para identificação de malária.

O ID8 – Inovação em Diagnóstico é um laboratório focado em análises clínicas e utiliza a mesma metodologia de alguns exames realizados pelo Hemepar. “As técnicas de biologia molecular possuem alta sensibilidade e especificidade, permitindo assim a identificação de quantidades muito baixas do alvo de interesse, gerando resultados rápidos e assertivos. Além disso, os testes moleculares contribuem substancialmente para a diminuição da janela imunológica, período em que um patógeno está presente e pode ser transmitido, porém não é detectável pelos testes laboratoriais convencionais. Dentre os exames obrigatórios que devem ser realizados na amostra do doador, encontra-se o diagnóstico da sífilis. O ID8 disponibiliza uma solução diagnóstica que é capaz de detectar, em uma única amostra, até 11 patógenos causadores de Infecções Sexualmente Transmissíveis, entre eles a bactéria causadora da sífilis. A incorporação de exames moleculares na triagem de doadores, aumenta ainda mais a segurança transfusional para doadores e receptores de sangue” destaca Patricia Domingues, doutora em biociências e biotecnologia e assessora científica do ID8 – Inovação em Diagnóstico. O laboratório traz toda a precisão, sensibilidade e especificidade do diagnóstico molecular, identificando a presença dos patógenos, até mesmo em casos assintomáticos, aliados a um prazo de resposta curto, em até 24 horas. 

Nos bancos de doação de sangue, caso obtenham resultados reagentes, o sangue é imediatamente descartado e o doador convocado para realização de segunda amostra para exames confirmatórios.

Como doar?

O processo para realizar a doação é bem simples, mas alguns requisitos precisam ser preenchidos, como: ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal); pesar, no mínimo, 51 quilos e estar em boas condições de saúde. Para mulheres, o intervalo de doação é de quatro meses, e para homens é de três. No dia da doação, é recomendado estar descansado e alimentado, mas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem o horário agendado. É preciso portar documento oficial com foto.

Ainda de acordo com Renata, o processo de triagem é rápido, e logo em seguida a coleta é feita. “São coletados aproximadamente 470 ml de sangue, de acordo com o peso e altura do doador, além de quatro tubos de sangue para a realização dos exames. Após a doação é oferecido um lanche e reidratação oral”, explica a chefe do setor de Hemoterapia.

No Paraná, existem mais de 20 pontos disponíveis para a doação de sangue. Para agendamentos e mais informações, acesse https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue ou https://hemobanco.com.br/site/.

Sobre o ID8 – Inovação em Diagnóstico

Um laboratório de apoio focado no diagnóstico molecular com entrega rápida, oferecendo resultados em poucas horas após o recebimento da amostra, com um fluxo de trabalho operacional os 7 dias da semana. Os serviços vão além do diagnóstico. Metodologias simples e ágeis que reduzem consideravelmente o tempo de entrega do resultado, possibilitando ao paciente a chance de um tratamento mais assertivo e direcionado. Saiba mais em: www.id8diagnostico.com.br.