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Anticorpos monoclonais conjugados são a nova fronteira no tratamento de cancêr de pulmão, diz especialista da oncologia D’or

 ANTICORPOS MONOCLONAIS CONJUGADOS SÃO A NOVA FRONTEIRA NO TRATAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO, DIZ ESPECIALISTA DA ONCOLOGIA D’OR
O câncer de pulmão é o quarto tipo de tumor mais incidente no Brasil.

Às vésperas do início da campanha Agosto Branco, de prevenção e combate ao câncer pulmão, o médico Mauro Zukin fala sobre este tipo de droga, que leva e libera substâncias quimioterápicas ou radioativas diretamente nas células cancerígenas, sendo menos agressiva ao organismo.

O câncer de pulmão é o quarto tipo de tumor mais recorrente no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca)1 32.560 casos deverão ser diagnosticados em 2023, sendo 18.020 em homens e 14.540 em mulheres. Como não apresenta sintomas nas fases iniciais, 70% dos casos só são identificados em estágios avançados. Nos últimos anos, o arsenal terapêutico para o tumor aumentou muito. E deve ser mais eficiente com o surgimento dos anticorpos monoclonais conjugados. “Eles são a nova fronteira do tratamento do câncer de pulmão”, prevê o médico Mauro Zukin, oncologista Oncologia D’Or.

Os anticorpos monoclonais conjugados transportam sustâncias quimioterápicas ou radiotivas. Tais como mísseis teleguiados, eles circulam pelo corpo até encontrar as células tumorais, à quais se ligam para liberar essas substâncias. Desta forma, o tratamento torna-se menos agressivo porque, ao contrário da quimioterapia e da radioterapia, não afeta as células saudáveis. Atualmente, drogas dessa classe já são usadas no tratamento de câncer de mama metastático e de linfomas de Hodgkin.

O oncologista Mauro Zukin aposta no surgimento dessas drogas porque os tratamentos de câncer pulmão não param de evoluir. Na última edição do Congresso da Sociedade Americana de Oncologia ClÍnica (Asco, em inglês) foi apresentado um estudo mostrando que a aplicação de quimioterapia seguida de osimertinibe reduziu em 51% o risco de morte pela doença em pessoas com câncer de pulmão de não pequenas células em estágios inicias com mutação no receptor do fator de crescimento epidérmico, o EGFR. Esta terapia alvo já era usada para tratar tumores em fase avançada. Zunin destaca ainda a relevância da imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a combater as células cancerígenas.

Câncer de pulmão

Cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão são associados ao tabagismo. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde2, compilados em 2019 pela Pesquisa Nacional de Saúde, apontam que os fumantes com 18 anos ou mais representam 12,6% dos brasileiros – bem abaixo dos 34,8% detectados pelo mesmo levantamento em 1989.

O Inca3 estima que, entre 2026 a 2030, haverá uma queda de 28% na mortalidade prematura de homens de 30 a 69 anos por câncer de pulmão. A previsão é feita por meio de um cálculo matemático, que leva em consideração o número de mortes por tipo de câncer, sexo e faixa etária registrados entre 2001 e 2015 no Sistema Nacional de Informações de Mortalidade (SIM).

Os pesquisadores atribuem a perspectiva de queda ao esforço do governo federal para reduzir o consumo de tabaco. O oncologista Mauro Zanin ressalta o sucesso das campanhas antitabagistas do governo brasileiro, que hoje são um modelo para os sistemas de saúde de vários país. No entanto lamenta que os jovens estão voltando a fumar. “Principalmente, fumam cigarro eletrônico, que também causa prejuízo à saúde”, afirma Mauro Zanin.

Para detectar o câncer de forma precoce, vários países, incluindo o Brasil, têm feito o rastreamento para pacientes de risco. Essa medida é importante porque o câncer de pulmão não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais, como tosse e sangramento pelas vias respiratórias.

A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos4 recomenda o rastreamento anual com tomografia computadorizada de baixa dose em indivíduos de alto risco, com idade entre 50 a 80 anos, fumantes ativo ou ex-fumantes há menos de 15 anos e com histórico de tabagismo de 20 maços/ano, ou seja, dois 2 maços por dia por dez anos.

O Ministério da Saúde4 estuda implantar o rastreamento para pacientes de alto risco, mas pondera os potenciais problemas advindos desta estratégia, como a possibilidade de resultados falsos-negativos que incorrerão em nova tomografia computadorizada e biópsia para descartar o câncer, complicações, achados incidentais, além da possibilidade do sobrediagnóstico – a identificação de uma doença que nunca provocará sintomas ou a morte de um paciente. Os técnicos argumentam que a possibilidade de falsos-positivos no Brasil é grande devido à alta incidência de tuberculose no País.

Referências

  1. Instituto Nacional do Câncer (Inca). Disponível em Link 
  2. Inca. Disponível em Link
  3. Inca. Disponível em Link
  4. Detecção Precoce do Câncer. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Rio de Janeiro, 2021.

Sobre a Oncologia D’Or

Criada em 2011, a Oncologia D’Or é o projeto de oncologia da Rede D’Or formada por clínicas especializadas no diagnóstico e tratamento oncológico e hematológico, com padrão de qualidade internacional e que, atualmente, está presente em onze estados brasileiros e Distrito Federal. O trabalho da Oncologia D’Or tem por objetivo proporcionar, não apenas serviços integrados e assistência ao paciente com câncer com elevados padrões de excelência médica, mas um ambiente de suporte humanizado e acolhimento.

A área de atuação da Oncologia D’Or conta com uma rede de mais de 55 clínicas, tem em seu corpo clínico mais de 500 médicos especialistas nas áreas de oncologia, radioterapia e hematologia e equipes multidisciplinares que trabalham em estreita parceria com o corpo clínico da maioria dos mais de 75 hospitais da Rede D’Or. Além disso, a presença das clínicas da Oncologia D’Or em mais de 20 hospitais da Rede, abrange a área de atuação em toda a linha de cuidados, seguindo os moldes mais avançados de assistência integrada, proporcionando maior agilidade no diagnóstico, mais conforto e eficiência para o tratamento completo dos pacientes.

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