Representando quase 30% dos casos de câncer no sexo masculino, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tipo mais frequente na população masculina. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA, é predominante em todas as regiões do país, estimando-se 72 mil casos novos a cada ano do triênio (2023-2025).
Com esses números expressivos, alguns pacientes não precisam realizar tratamentos imediatos e podem optar pela vigilância ativa, podendo ser monitorados e acompanhados com exames periódicos, quando a doença pouca agressiva. O médico Leonardo Welter, urologista e uro-oncologista, explica que esta forma de tratamento é indicada em casos de tumores pequenos e pouco agressivos, para evitar tratamentos mais agressivos e com efeitos colaterais. “Estudos internacionais apontam que cerca de 30% a 40% dos tumores prostáticos recebem essa abordagem em todo o mundo. Com a vigilância ativa, é possível realizar o acompanhamento do câncer de próstata, mantendo a qualidade de vida do paciente.”
Os pacientes selecionados para a vigilância ativa são acompanhados muito de perto por seus médicos, com exame clínico da próstata por toque retal e testes laboratoriais, entre eles a dosagem de antígeno prostático específico – o PSA. A biópsia e a ressonância magnética também são indicadas para serem realizadas. Entre os principais benefícios da vigilância ativa está a possibilidade de se evitar os efeitos adversos de um tratamento radical, como incontinência urinária e disfunção erétil, que, mesmo raros, podem acontecer com a prostatectomia radical ou radioterapia.
É importante lembrar que enquanto a doença mantiver características de baixo volume e agressividade e não apresentar sinais de invasão de estruturas vizinhas, é possível manter o paciente em vigilância ativa. Porém, existem casos em que apenas a vigilância ativa não é mais suficiente. “É fundamental que os homens deixem o tabu de lado e comecem a realizar os exames periódicos. Assim como qualquer tipo de câncer, quanto antes diagnosticado, melhores as taxas de cura e a possibilidade de tratamentos menos invasivos, o que possibilitará uma melhor qualidade de vida depois da doença. A vigilância ativa é uma forma de tratamento e necessita de acompanhamento estreito com o médico. Precisa estar bem alinhada com todo o processo”, reforça Leonardo Welter.