Arquiteta Patricia Miranda, do escritório Raízes Arquitetos, explica como o design de peças decorativas e mobiliários adicionam valor aos projetos residenciais
A arte é um elemento poderoso na decoração de interiores e capaz de transformar um ambiente comum em uma ambientação verdadeiramente excepcional. A arquiteta Patricia Miranda, à frente do escritório Raízes Arquitetos, compartilha sua expertise sobre como planejar um ambiente com esculturas e peças decorativas. Junto com os projetos de arquitetura de interiores, a profissional adiciona o seu olhar como designer e o senso de exclusividade por meio da criação de objetos decorativos e mobiliários.
De acordo com ela, o resultado está diretamente ligado à escolha certa e, por isso, enfatiza a importância de produzir e selecionar itens que ressoem a personalidade do cliente e esteja em consonância com a estética geral do espaço. “Cada peça deve contar uma história e se integrar ao ambiente de forma orgânica”, acrescenta. Acompanhe as diversas possibilidades que podem ser incorporadas nos projetos de interiores:
Cadeira Ginga
Em sua veia de designer, a arquiteta Patricia Miranda ressalta seu apreço por artistas que viveram e atuaram no século XX, sem descartar as atualidades e tecnologias do século XXI. “Ao longo desses períodos, constatamos fases de proporção e coerência de materiais com ergonomia, características relevantes para qualquer época. Além disso, a arquitetura desse período também me inspira”, conta.
Grandes nomes como o arquiteto fino-americano Eero Saarinen, o finlandês Alvar Aalto, os brasileiros Sergio Rodrigues e Zanine Caldas, além do grupo de arquitetos Carlos Milan, Jacob Ruchti, Miguel Forte, Plínio Croce, Roberto Aflalo e o chinês Chen Y Hwa, que, juntos, criaram a Branco e Preto, uma loja de móveis que traduzia a arquitetura moderna e sofisticada praticada por eles na década de 1950, são algumas das principais referências que inspiram a arquiteta Patricia Miranda nestes projetos destacados.
Descanso de talher Folha
Para Patricia, esculturas e peças decorativas permitem que os proprietários expressem sua personalidade, gostos e interesses de forma única. “Cada peça pode contar uma história ou transmitir uma mensagem pessoal. Além, é claro, de ser uma exclusividade, quando pensada para um ambiente específico”, detalha. Em um mundo onde o design de interiores se tornou uma forma de arte por si só, a orientação de especialistas como Patricia Miranda é inestimável, e planejar os projetos de interiores com esculturas e peças decorativas exige cuidado, visão e conhecimento, ressalta a arquiteta.
Escultura Onda
Erros comuns ao planejar um ambiente com peças esculturais
Segundo a arquiteta, é fundamental evitar alguns erros comuns que comprometem a estética e a funcionalidade do espaço, como a disposição de peças muito grandes ou muito pequenas em relação ao ambiente, resultando em um visual desequilibrado. “Sempre considero a escala das peças e o respeito à proporcionalidade”, avalia. Ainda de acordo com ela, esses móveis personalizados e as peças esculturais devem revelar sua harmonia com o estilo do décor, uma vez que a mistura aleatória gera um senso de desorganização.
Buffet
A composição adequada é fundamental para o sucesso do design artístico. Patricia destaca que é essencial equilibrar o tamanho, forma e cor das esculturas e peças decorativas com demais elementos do ambiente como móveis e iluminação. “Sem dúvidas, o exercício de incorporar a arte com essa personalização é uma tendência crescente na arquitetura de interiores contemporânea”, avalia.
Escultura Relíquia
E como combinar esculturas com outros elementos na decoração?
Para Patricia, a resposta é simples! O caminho é respeitar a concordância, pois peças demasiadamente grandes podem dominar um espaço, enquanto peças muito pequenas podem passar despercebidas. “Sejam esculturas ou mobiliários, meu propósito é sempre implementar pontos focais em espaços específicos. Por exemplo, uma escultura intrigante pode protagonizar em uma parede vazia”, esclarece. No quesito iluminação, a luz deve ser adequada para destacá-las, podendo ser indireta quando as sombras atrapalham ou voltada diretamente para o objeto realçado.
Escultura Silêncio
Por fim, a seleção de materiais e texturas desempenha um papel crucial na produção de um ambiente envolvente. Patricia sugere misturar materiais contrastantes para adicionar interesse visual. “Madeira, metal, vidro e cerâmica podem coexistir maravilhosamente, adicionando dimensão à decoração”, finaliza.
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