Lazy Job, o que é e como essa tendência impacta o mercado de trabalho

Encabeçado pela Geração Z, o conceito viralizou no Tik Tok ao fomentar a discussão sobre um modelo de trabalho com mais qualidade de vida

A Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e anos 2010, está protagonizando algumas revoluções no mercado de trabalho, entre elas está o conceito do Lazy Job. Viralizado no Tik Tok depois que a influenciadora americana Gabrielle Judge nomeou o seu trabalho como #lazygirlsjob, o termo tem fomentado a discussão entre os jovens que buscam um modelo de trabalho remoto, com menos estresse e bem remunerado.

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Geração Z já representa mais de 23% da população economicamente ativa do Brasil, o que revela a importância dos novos conceitos de trabalho que essa geração está criando. “A essência dessa tendência tem relação com a busca por um equilíbrio mais harmonioso entre trabalho e qualidade de vida, subvertendo as convenções tradicionais de como uma carreira deve ser construída. Neste contexto, não é possível negar que o mercado de trabalho, e a forma como as empresas e profissionais se relacionam com ele, está passando por mudanças profundas e palpáveis”, conta o consultor de carreira e negócios da ESIC Internacional, Alexandre Weiler.

            Weiler explica que a Geração Z tem uma mentalidade voltada para a busca de propósito, equilíbrio e autonomia, pontos que estão remodelando o panorama do mercado de trabalho de forma gradual e constante e que, portanto, merecem atenção. “A Geração Z está desafiando as convenções tradicionais que por muito tempo moldaram a visão de sucesso no mercado de trabalho. Para eles, o trabalho não é apenas uma obrigação, mas sim uma parte fundamental de suas vidas, que deve estar alinhada com seus valores e aspirações pessoais”, conta.

O que é o conceito de Lazy Job

Embora o termo seja recente, esse modelo de trabalho já existe desde a pandemia, momento onde houve uma maior busca por modelos de trabalho diferenciados. Nesse contexto, o Lazy Job conta com algumas determinações, como:

Flexibilidade de horários: permitindo a harmonização das obrigações profissionais com a vida pessoal e familiar.

Trabalho remoto ou híbrido: a pandemia de COVID-19 acelerou a adoção do trabalho remoto e a Geração Z abraçou essa modalidade, buscando oportunidades que lhes proporcionam a liberdade de trabalhar de qualquer lugar do mundo.

Empreendedorismo: muitos membros dessa geração estão optando por empreender, criando seus próprios negócios e buscando autonomia e independência em suas carreiras.

Valorização do propósito: optar por empresas e empregos que estejam alinhados com seus valores e objetivos pessoais, buscando uma conexão mais profunda com aquilo que fazem.

Aprendizado contínuo: busca constante por desenvolvimento profissional é uma característica marcante da Geração Z investindo em cursos online, capacitações e habilidades que lhes permitam se manterem atualizados em um mundo em constante evolução.

Impacto nas empresas

O conceito do Lazy Job, assim como a busca por outros formatos de trabalho, está causando um impacto significativo nas empresas, que devem pensar em estratégias para se adaptarem às novas realidades que estão surgindo e reter talentos da Geração Z. “É fundamental que as empresas enxerguem que os modelos de trabalho estão mudando e essa geração, que em breve será a maioria da força de trabalho, vem com uma força real de mudança. Sendo assim, empresas que priorizem a oferta de mais flexibilidade, oportunidades de aprendizado contínuo e um ambiente de trabalho que valorize o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estarão em uma posição vantajosa na corrida por talentos”, explica Weiler.

Weiler afirma ser importante destacar que o Lazy Job não significa preguiça ou falta de ambição, pelo contrário, é uma tendência que coloca o foco na produtividade, na autonomia e na liberdade de escolha. “É um estilo de trabalho que valoriza a eficiência e a produtividade, sem perder o foco na qualidade de vida. Ao invés de se apegarem a uma rotina tradicional de 9 às 5, os jovens buscam um formato de trabalho mais condizente com a qualidade de vida, algo fundamental para todos”, finaliza.

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