Bebês prematuros têm maior predisposição a problemas de audição e fala

Os bebês prematuros nascem antes do término completo do desenvolvimento fetal, o que pode afetar vários sistemas do corpo, incluindo o sistema auditivo e a habilidade de comunicação.

Além disso, o bebê prematuro pode apresentar dificuldades na coordenação da respiração versus deglutição versus sucção, podendo levar a problemas importantes na área nutricional, desconforto respiratório, crescimento e aumento de peso, assim como no desenvolvimento global do bebê.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação (36 semanas e 6 dias) é considerado prematuro, ou pré-termo. 

Segundo a fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba, Carla Maffei, a prematuridade é reconhecida como um fator de risco também para o desenvolvimento da linguagem e problemas de audição em crianças. Por isso, é importante contar com uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento saudável do bebê.

“A prematuridade pode impactar vários sistemas, incluindo o auditivo e neurológico, que desempenham papéis cruciais na aquisição da linguagem. Portanto, a avaliação de uma equipe multidisciplinar para o bebê prematuro e de risco, que inclui pediatra, neurologista, fonoaudiólogo e demais especialidades médicas, é fundamental para a organização dos sistemas funcionais e desenvolvimento de suas funções”, ressalta a especialista.

Alguns dos problemas de saúde comuns associados à prematuridade incluem, ainda, problemas respiratórios, cardíacos, digestivos, problemas de desenvolvimento neurológico, problemas de imunidade e problemas na visão.

Bebês prematuros e a fonoaudiologia

A intervenção de um fonoaudiólogo é fundamental para bebês prematuros que enfrentam desafios no desenvolvimento global, na coordenação entre as funções da sucção, respiração e deglutição, auxiliando na redução ou eliminação de possíveis pneumonias aspirativas provenientes de afogamentos durante a amamentação. Além disso, o acompanhamento do profissional é primordial para o desenvolvimento da linguagem e da audição. 

“O acompanhamento com fonoaudiólogo é fundamental já nos primeiros dias de vida do bebê, pois o profissional poderá identificar as possíveis alterações e fazer o tratamento correto com o bebê/criança ao longo dos anos. Principalmente no que se refere ao desenvolvimento da linguagem (primeiros três anos de vida), a ajuda do fonoaudiólogo evita as consequências prejudiciais ao desenvolvimento da linguagem”, completa Carla.

Como o fonoaudiólogo pode ajudar

Mas como o fonoaudiólogo pode ajudar bebês prematuros e também os pais? Confira algumas maneiras que o especialista pode contribuir para a melhora do desenvolvimento do bebê:

– Avaliação da linguagem e audição: o fonoaudiólogo pode realizar avaliações específicas para avaliar o desenvolvimento da linguagem e da audição em bebês prematuros, como testes auditivos, observação do comportamento vocal e avaliação da resposta a estímulos auditivos.

– Intervenção precoce: se houver sinais de atraso no desenvolvimento da linguagem ou problemas de audição, o fonoaudiólogo pode iniciar intervenções precoces. 

– Estimulação auditiva e visual: o fonoaudiólogo pode recomendar atividades e técnicas para estimular a audição e a visão do bebê. Isso pode incluir brincadeiras que envolvam sons, músicas suaves, e atividades visuais para promover a atenção auditiva e visual.

– Treinamento para pais: os fonoaudiólogos frequentemente trabalham em colaboração com os pais, orientando-os na amamentação, indicando posturas adequadas e técnicas que favoreçam a alimentação segura, bem como a indicação de condutas e exercícios para desenvolver a coordenação adequada entre sucção versus respiração versus deglutição.

– Terapia da fala: se necessário, a terapia da fala pode ser implementada para abordar problemas específicos, como dificuldades na produção de sons, atrasos na linguagem expressiva ou compreensiva, e outros aspectos da comunicação.

Números da prematuridade

No Brasil, foram registrados 292.715 nascimentos prematuros em 2022, de acordo com dados preliminares do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, do DataSUS. Em todo o mundo, 15 milhões de crianças nascem prematuras todos os anos. 

O Brasil ocupa a 10ª posição entre as nações onde são registrados mais casos de prematuridade.

 

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