16 milhões de brasileiros são acometidos pela doença, que tem na prevenção a sua melhor solução
Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), cerca de 463 milhões de adultos vivem com diabetes, e esse número deve ultrapassar 700 milhões até 2045. No Brasil, estima-se que mais de 16 milhões de pessoas adultas sejam afetadas pela condição, cerca de 9,14% da população acima de 18 anos. Nesse panorama, o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, além do controle dessa doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
O especialista em bacteriologia e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, aponta que os exames de sangue são parte fundamental de todo o processo de prevenção e identificação da doença, pois eles oferecem informações vitais que podem orientar o tratamento e o acompanhamento da diabetes aumentando a eficácia do tratamento preventivo. “Os exames de sangue desempenham um papel importante no controle e diagnóstico do diabetes, como a dosagem de glicose em jejum e o teste de hemoglobina A1c, que são fundamentais para identificar níveis elevados de açúcar no sangue. A conscientização sobre a importância desses exames e a adoção de um estilo de vida saudável são fundamentais para controlar e prevenir o avanço da diabetes”, afirma Kozlowski, lembrando que os resultados devem ter sempre acompanhamento do médico de confiança.
Exames que ajudam na prevenção e diagnóstico da diabetes
Dosagem de glicose em jejum
Este é um dos exames mais comuns para avaliar os níveis de glicose no sangue. Ele é realizado após um período de jejum de, geralmente, oito horas. Os resultados mostram o nível de glicose circulante no sangue naquele momento. Valores de glicose em jejum entre 70 e 100 mg/dL são considerados normais. Valores acima de 126mg/dL em dois testes consecutivos indicam diabetes.
Teste de hemoglobina A1c (HbA1c)
Este exame mede a média dos níveis de glicose no sangue ao longo de aproximadamente três meses. Ele fornece uma visão mais abrangente do controle glicêmico, ajudando a identificar flutuações frequentes nos níveis de açúcar. Valores abaixo de 5,7% são considerados normais, enquanto valores iguais ou superiores a 6,5% são indicativos de diabetes.
Glicemia pós-prandial
Este teste avalia os níveis de glicose no sangue após uma refeição. Ele é útil para entender como o corpo processa a glicose após a ingestão de alimentos. Geralmente, os níveis de glicose pós-prandial devem ser inferiores a 140mg/dL duas horas após a refeição.
Teste de tolerância à glicose oral (TTGO)
Esse exame é usado para diagnosticar diabetes gestacional e avaliar a capacidade do corpo de metabolizar a glicose. A pessoa ingere uma solução de glicose concentrada e, após um período de tempo específico, são coletadas amostras de sangue para medir a glicose. Valores superiores a 200mg/dL indicam diabetes.
Tipos de diabetes
Existem dois tipos de diabetes, a diabetes tipo 1, também conhecida como diabetes mellitus tipo 1 (DM1), e a diabetes Tipo 2, que é a forma mais comum da doença. “A DM1 é geralmente diagnosticada em indivíduos jovens é caracterizada por uma resposta autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. Nesse caso o paciente depende e dependerá de injeções diárias de insulina para sobreviver durante toda a vida. Já a diabetes tipo 2, geralmente se desenvolve em indivíduos já adultos ou ainda jovens – a depender dos hábitos alimentares não saudáveis e da falta de atividade física. Nesta condição, o organismo ainda produz insulina, mas as células se tornam resistentes a ela, resultando em níveis elevados de glicose no sangue”, conta o especialista.
Kozlowski explica que a DM2 é o tipo mais comum da doença sendo também um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças como sobrepeso, colesterol alto e doenças cardiovasculares. “Em ambos os tipos de diabetes, o controle dos níveis de glicose é essencial para evitar complicações a longo prazo, como doenças cardiovasculares, danos nos rins, problemas de visão e neuropatia. Por isso é muito importante o diagnóstico precoce, com a manutenção dos exames em dia, e o acompanhamento médico adequado, principalmente para a DM2 que é o tipo de diabetes que pode ser evitada”, finaliza.