A retinopatia diabética é uma complicação ocular que ocorre em pessoas com diabetes, afetando os vasos sanguíneos da retina, a parte sensível à luz no fundo do olho. Esta condição é uma das principais causas de perda de visão em adultos com diabetes.
O oftalmologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dr. Felipe Erthal, lembra que o diabetes pode afetar a saúde dos olhos de várias maneiras, e complicações oculares são uma preocupação significativa para pessoas que convivem com a doença.
“Pessoas com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver problemas graves de saúde que afetam, além dos olhos, o coração e os vasos sanguíneos, rins, nervos e dentes. Por isso é importante o acesso à educação permanente sobre a doença para que pacientes compreendam sua condição e realizem o autocuidado diário para se manterem saudáveis e sem complicações”, complementa Felipe, que também é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e do Conselho Internacional de Oftalmologia (ICO).
O Novembro Diabetes Azul é o mês de conscientização sobre o diabetes, doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O diabetes é uma doença silenciosa que afeta mais de 16 milhões de pessoas no país. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 46% da população brasileira tem a doença e não sabe.
Causas da retinopatia diabética
A principal causa da retinopatia diabética é a exposição a longo prazo a níveis elevados de glicose no sangue, que podem danificar os vasos sanguíneos da retina.
A hipertensão arterial também pode contribuir para o desenvolvimento e progressão da retinopatia diabética. “A combinação de diabetes e pressão arterial elevada aumenta o estresse nos vasos sanguíneos, aumentando o risco de danos à retina”, ressaltou o oftalmologista.
Tipos de retinopatia diabética
Na fase inicial, os vasos sanguíneos da retina começam a enfraquecer e a vazar. Esta fase é chamada de não proliferativa.
Na fase avançada, novos vasos sanguíneos anormais começam a se formar na retina. Esses novos vasos são frágeis e propensos a sangrar, levando a complicações mais graves.
Principais sintomas
Apesar de apresentar alguns sintomas característicos como visão embaçada, manchas escuras ou flashes de luz no campo de visão, a retinopatia diabética é uma das doenças que menos causam sintomas em fases iniciais a moderadas.
“É uma doença muitas vezes silenciosa. Os sintomas são mais presentes quando existe um edema macular clinicamente significativo ou quando existe alguma hemorragia, e aí já são estágios mais avançados da diabetes”, explicou Felipe.
O edema macular diabético é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.
Retinopatia diabética tem cura?
A retinopatia não tem cura. Mas é possível reduzir as chances de perda total da visão se for tratada de forma adequada. Nesse cenário, os pacientes precisam seguir o tratamento correto indicado pelo médico e controlar os níveis de açúcar, pressão arterial e o colesterol no sangue.
Diagnóstico
O médico oftalmologista pode diagnosticar a retinopatia diabética por meio de exames, entre eles a retinografia.
Em estágios mais avançados, o tratamento a laser pode ser utilizado para selar vasos sanguíneos vazados ou para reduzir o crescimento de novos vasos.
“Por isso é fundamental manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa alvo para prevenir e controlar a retinopatia diabética. Oftalmologistas e endocrinologistas podem trabalhar juntos para reduzir o risco de complicações oculares”, conclui o especialista.
Com informações: Novartis
Diretor Técnico do Hospital Otorrinos Curitiba: Dr. Ian Selonke – CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia