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Especialista alerta para risco de trombose em viagens longas

Especialista alerta para risco de trombose em viagens longas
Cuidados e períodos de repouso prolongado são essenciais para prevenir a doença

Com a chegada do verão e, junto, o período de férias, é fundamental ficar atento sobre os riscos de trombose ao realizar viagens mais longas de carro ou avião. A trombose é uma condição vascular séria, que pode ser agravada durante essa estação do ano – especialmente em pessoas que já apresentam problemas de circulação – por causa da desidratação, que aumenta o risco de formação de coágulos na circulação sanguínea. Ademais, o calor pode aumentar a viscosidade do sangue, também dificultando o fluxo de sangue no corpo.

Isso porque no calor ocorre uma dilatação nos vasos sanguíneos (aumento de tamanho) para que o corpo possa perder calor e não superaquecer, caso que pode levar à morte.

“A desidratação devido às temperaturas mais altas, associada ao consumo de alimentos considerados pouco saudáveis, piora os sintomas vasculares e eleva o risco de trombose. Além disso, é preciso ter cuidado com as viagens longas, que também são um fator de atenção para o desenvolvimento de trombose venosa, devido a redução da mobilidade”, alerta o médico cirurgião vascular do Eco Medical Center, Dr. Gustavo Gern Junqueira.

Existem diferentes tipos de trombose; entre elas, a trombose venosa superficial (TVS) e a trombose venosa profunda (TVP). A TVS geralmente é menos grave do que a TVP, mas ainda pode causar dor e inchaço. No entanto, a trombose venosa superficial pode ser um sinal de que o indivíduo está em maior risco de desenvolver trombose venosa profunda.

Dados

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) apontou que mais de 489 mil brasileiros foram internados para o tratamento de trombose venosa entre janeiro de 2012 a agosto de 2023. Nos primeiros oito meses deste ano, mais de 39 mil pessoas foram hospitalizadas na rede pública para tratar o problema – uma média diária de cerca de 165 pacientes, e um recorde na série histórica iniciada em 2012. O Paraná, somente, contabilizou neste período 44.477 internamentos, de acordo com os registros no banco de dados do Sistema Único de Saúde – SUS. Com cerca de 20 a 30% mais suscetibilidade à doença, as mulheres costumam ser o grupo que mais sofre com inchaços e dores nas pernas, devido a fatores hormonais.

Causas e Sintomas

Segundo Dr. Gustavo, são três fatores que aumentam o risco de formação de um coágulo sanguíneo (trombo) em uma veia: lesão endotelial, quando a parede interna de uma veia pode ser lesionada por uma variedade de fatores, incluindo trauma, cirurgia, inflamação ou infecção; estase sanguínea, que ocorre quando a circulação sanguínea pode ser prejudicada pela imobilidade, por exemplo, em pacientes acamados ou em viagens longas; e a hipercoagulabilidade, ou coagulação excessiva, que são processos inflamatórios. A coagulação sanguínea é um processo normal que ajuda a parar o sangramento. No entanto, em alguns casos, a coagulação em excesso aumenta o risco de trombose.

“Quando esses três fatores estão presentes, há um aumento da probabilidade de que as plaquetas sanguíneas se agrupem e formem um coágulo. Esse coágulo pode bloquear o fluxo sanguíneo e causar uma série de problemas, inclusive graves que podem levar à morte. Assim como o COVID-19 é um processo inflamatório sistêmico que, ao que tudo indica, causa mais tromboses venosas, o câncer também é um fator de hipercoagulabilidade. Por isso, é importante identificar e tratar”, alerta o especialista.

Os sintomas de trombose podem variar de acordo com a localização do coágulo. Se o coágulo se formar nas pernas, pode causar edema unilateral em uma das pernas, sensação de peso de forte intensidade, dor local, endurecimento da panturrilha, inchaço, vermelhidão e dificuldade de locomoção. Se o coágulo se forma nos pulmões, pode causar dor no peito, falta de ar e tosse. Fatores como predisposição, idade avançada, obesidade, histórico familiar de trombose, uso de pílulas anticoncepcionais, tabagismo e sedentarismo exigem atenção especial do paciente e do médico.

Prevenção e tratamento

Para não interromper os momentos de lazer, adotar medidas preventivas simples podem ajudar a reduzir o risco de trombose no verão. Estas incluem: manter-se hidratado, para manter a fluidez do sangue e prevenir a formação de coágulos; evitar períodos prolongados de imobilidade; fazer pausas regulares, em caso de longas viagens, e estender as pernas sempre que possível.

“Durante voos longos, é aconselhável levantar-se e movimentar-se pelo corredor da aeronave regularmente, realizar exercícios leves e usar meias de compressão. É fundamental estar ciente dos riscos de trombose, especialmente durante o verão e viagens prolongadas. Também é fundamental incluir atividades físicas, mesmo que leves, na rotina diária, isso pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de trombose. O uso de roupas apertadas pode dificultar o fluxo sanguíneo, portanto, optar por roupas confortáveis, especialmente durante viagens, ajudarão a reduzir as possibilidades de trombose”, reforça Junqueira.

O tratamento da trombose venosa depende do tipo e da gravidade da doença e tem como objetivo dissolver o coágulo e prevenir a formação de novos. Enquanto o tratamento da TVP geralmente envolve o uso de anticoagulantes, o tratamento da TVS também exige compressas mornas, analgésicos e antinflamatórios.

Junqueira destaca ainda que pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença. “Se você estiver em um grupo de risco, converse com seu médico sobre a possibilidade de tomar anticoagulantes. Consulte um profissional de saúde se notar quaisquer sintomas relacionados à trombose, e adote medidas preventivas para proteger a sua saúde vascular. Ao sentir algum dos sintomas de trombose, procure atendimento médico imediatamente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem salvar vidas”, diz.

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