Dezembro Laranja alerta sobre a prevenção do câncer de pele

Especialista dá dicas de como prevenir a doença, que é a mais incidente nos brasileiros

 

No último mês do ano, uma campanha importante ganha destaque: o Dezembro Laranja. Este movimento tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de pele, um dos tipos mais comuns no Brasil. No Paraná, que ocupa o segundo lugar no ranking de maior incidência da neoplasia, a situação é alarmante, já que dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam que o estado deve encerrar o ano com 36,9 mil novos casos de câncer, sendo o tumor de pele não-melanoma o mais prevalente, estimando-se 9.080 ocorrências em 2023.

 

A oncologista da Oncoclínicas Curitiba, Noelle Wassano, explica que o câncer de pele é uma condição caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado de células cutâneas, sendo que dentre os tipos mais incidentes, destacam-se o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. “O câncer de pele pode se manifestar de diversas maneiras, o carcinoma basocelular é localmente invasivo e raramente se espalha para outras partes do corpo. Já o carcinoma espinocelular é mais agressivo e pode metastizar, mas geralmente é curável se diagnosticado precocemente. O melanoma, por sua vez, é o tipo mais perigoso e potencialmente fatal, exigindo atenção especial devido à sua capacidade de se disseminar rapidamente”, explica.

 

A importância da detecção precoce 

 

A descoberta precoce desempenha um papel vital no aumento das chances de cura do câncer de pele, portanto, é essencial permanecer atento aos sinais que o corpo apresenta e buscar a orientação de um profissional para uma investigação mais aprofundada. “Fique atento ao notar manchas estranhas ou incomuns em sua pele, assim como feridas persistentes, lesões, pintas ou sardas que demonstram um crescimento rápido, e não  hesite em procurar imediatamente a avaliação de um dermatologista ou médico especializado”, conta Noelle.

 

Além disso, a médica reforça ser importante estabelecer a prevenção como rotina para pacientes com maior risco, especialmente aqueles com histórico pessoal ou familiar de câncer de pele. “Qualquer indivíduo pode desenvolver câncer de pele, mas aqueles com pele muito clara, albinos, com vitiligo ou em tratamento com imunossupressores são mais sensíveis ao sol. A idade também pode gerar uma maior ocorrência, já que geralmente, o câncer de pele é mais prevalente em pessoas com mais de 40 anos. Já para indivíduos que tiveram melanoma, é recomendável realizar consultas regulares a cada seis ou doze meses com dermatologistas e/ou oncologistas clínicos”, explica.

 

Como prevenir

 

Noelle reforça que a prevenção ao câncer de pele é fundamental, considerando a alta incidência da doença e a sua relação com a exposição solar desprotegida. “O Paraná é o segundo estado com maior incidência de câncer de pele, isso porque conta com uma população com pele mais clara, que, naturalmente, tem uma maior sensibilidade à exposição solar. Nesse sentido é fundamental ter a prevenção como uma norma, já que medidas simples podem fazer toda a diferença na detecção precoce e, consequentemente, no sucesso do tratamento”, explica.

 

Dicas para prevenir o câncer de pele

 

Proteção solar reforçada

Use protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados. Escolha um produto com fator de proteção solar (FPS) adequado ao seu tipo de pele e com fator acima de 30. Ao se expor ao sol, lembre-se de reaplicar o filtro solar a cada duas horas, após entrar na água ou se houver grande transpiração. Mesmo os produtos “à prova d’água” devem ser reaplicados.

 

Evite a exposição solar excessiva

Reduza o tempo de exposição ao sol, especialmente entre 10h e 16h, quando os raios UVB estão mais intensos.

 

Utilize roupas de proteção

Em situações de exposição prolongada, como na praia, opte por roupas que cubram boa parte do corpo, como chapéus de abas largas e camisas de manga longa.

 

Faça exames regulares

Faça avaliações regularmente para identificar qualquer alteração na pele, como novas pintas ou mudanças no formato e cor das lesões já existentes. Marque consultas regulares com um dermatologista para avaliação profissional da sua pele. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.