O último mês do ano foi escolhido, em 2014, para promover a campanha Dezembro Laranja, instituída pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que visa alertar a população sobre as principais formas de prevenção contra o câncer de pele, tipo mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Assim como qualquer outro tipo de câncer, quando descoberto no início, as chances de cura são maiores, por isso, pacientes com câncer de pele em estágio inicial têm mais de 90% de chances de cura.
Estudo do Instituto Nacional de Câncer – INCA prevê que o Brasil terá 704 mil novos casos por ano até 2025, sendo que a maior parte deve ocorrer nas regiões Sul e Sudeste. O estudo levou em conta mais de 21 tipos de cânceres e o câncer de pele não melanoma – tumor mais comum no Brasil – representa 31,3% dos casos.
Um dos principais fatores para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição solar, porém, é importante ressaltar que o desenvolvimento desse tumor é uma associação de fatores, como predisposição genética e características do próprio indivíduo, entre elas, as pessoas com peles claras, que possuem pouca melanina, possibilitando uma menor proteção aos raios ultravioleta. Estatísticas mostram que a região Sul do país apresenta os maiores índices de câncer de pele, por isso é fundamental que a pessoa preste atenção à própria pele, porque se trata de um tumor mais fácil para diagnosticar, pois está na parte exterior do corpo.
Tratamento com radioterapia
O físico médico Paulo Petchevist, do Oncoville, explica que uma das técnicas de radioterapia mais difundidas no mundo para o tratamento do câncer de pele é a Eletronterapia, que usa elétrons de alta energia, provenientes do acelerador linear, empregados para a irradiação superficial. “Normalmente, a estimativa da extensão em profundidade da lesão é dada pela imagem tomográfica, onde é possível então extrair a informação de qual energia dos elétrons deverá ser selecionada. Quanto mais profunda for a lesão, maior será a necessidade de empregar elétrons de maior energia.”
O processo de planejamento da Eletronterapia é bastante simples. O paciente é conduzido à simulação, que é a tomografia da região a ser tratada, após a confecção de suportes e imobilizadores necessários, já na posição em que o tratamento será feito, para que a imagem tridimensional local seja obtida. “Nessa imagem o médico rádio-oncologista desenhará a lesão que será tratada, a melhor angulação de tratamento do acelerador linear e então será confeccionada uma blindagem personalizada a ser acoplada ao Gantry do acelerador linear a cada dia de tratamento do paciente. Esta blindagem permitirá irradiar apenas a lesão e poupar os tecidos sadios circunvizinhos. O tempo de irradiação leva em torno de um a dois minutos”, complementa Paulo Petchevist.