Doença cardíaca antes dos 45 anos pode aumentar o risco de demência

adobestock

Com o crescimento de casos de cardiopatias em idade jovem e o envelhecimento da população, é provável que haja muitas pessoas vivendo com demência nos próximos anos

Uma pesquisa publicada recentemente no Journal of the American Heart Association revelou que adultos diagnosticados com doença coronária podem sofrer um declínio cognitivo acelerado. Ao avaliar a relação entre a idade de início da cardiopatia e o desenvolvimento de demência, os pesquisadores detectaram que pessoas diagnosticadas com alterações no coração antes dos 45 anos mostraram um risco 36% maior de demência, 13% de Alzheimer e 78% de demência vascular.

Segundo o Dr. Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor, isso ocorre porque a doença coronariana, na maior parte das vezes, é desencadeada por placas de gordura que se formam nas paredes dos vasos e que podem levar à oclusão deles. “Já há muito tempo sabe-se que essas mesmas placas podem se desenvolver nas artérias do cérebro e, com isso, levar a lesões locais que desencadeiam demência vascular. O Alzheimer seria algo novo do ponto de vista científico e, de certa forma, inesperado”, comenta.

O diagnóstico da doença coronariana é realizado por meio de exames de imagem e por sintomas como dor no peito ou cansaço. “Por isso, a importância de consultar regularmente um cardiologista. Ao detectar essa condição, conseguimos remediar danos maiores e evitar a progressão da doença”, comenta o especialista. “No entanto, ainda não se sabe ao certo se isso diminui a chance de demência, precisamos aguardar mais estudos”, pondera.

Para prevenir a doença coronariana, que pode levar à demência e causar diversas outras enfermidades, é preciso investir em bons hábitos: ingerir alimentos saudáveis, praticar exercícios físicos regularmente, beber a quantidade adequada de água e dormir bem. “Também é importante ter controle adequado de glicemia, colesterol, pressão arterial e não fumar”, completa o especialista.