Dados do Ministério da Saúde apontam que entre os anos 2012 a 2022 foram diagnosticados 21.766 casos de câncer de pênis e que desse total houve uma média anual de 600 amputações penianas entre 2013 e 2023. Para alertar a população sobre os riscos desse tipo de câncer e suas consequências, a Sociedade Brasileira de Urologia – SBU lançou a Campanha de Prevenção e de Combate ao Câncer de Pênis.
O urologista oncológico Antônio Brunetto Neto, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, cita que homens a partir dos 50 anos são mais propensos a desenvolver a doença, mas ela também pode atingir os jovens. Assim como todo o câncer, quanto antes o diagnóstico, melhores as chances de cura e a realização de tratamentos menos invasivos. “Infelizmente, ainda temos um grande número de casos que já chegam em estágio avançado e que, muitas vezes, é necessário fazer a remoção do órgão. Isso também pode ser motivado pelos tabus existentes com relação às consultas regulares aos urologistas”, sentencia o médico.
Quando o paciente apresenta uma lesão superficial nas camadas do pênis, às vezes a indicação de uma aplicação de uma pomada pode ser o suficiente. Porém, quando a lesão está no prepúcio, é realizada a cirurgia da circuncisão ou mesmo uma incisão pequena, sem ter mutilação, evitando uma alteração muito grande na anatomia e na função do órgão.
Na maioria dos casos, o câncer de pênis pode ser evitado com uma simples ação, que é a higienização, com água e sabão, correta do órgão. “Algumas lesões, como feridas que não cicatrizam e secreção com forte odor, podem ser indicativos da doença. As lesões que persistem precisam ser acompanhadas por um urologista e, na suspeita, será indicada a realização de uma biópsia”, destaca Dr. Antonio Brunetto.
O urologista do COP reforça outra questão importante para ser observada, que é quando as lesões na genitália persistem por mais de quatro semanas. Nesses casos, é necessário procurar um urologista que irá analisar o que pode estar acontecendo. “Essas lesões podem se apresentar como uma casquinha, uma verruga mais infiltrativa, uma úlcera, podendo aparecer na glande ou no prepúcio”, cita.
Além da higienização correta, a vacinação contra o papilomavírus humano, o HPV, também é uma aliada na prevenção, uma vez que esse tipo de vírus é um dos maiores causadores do câncer de pênis. A vacina tem o foco nos jovens, antes do começo da vida sexual, mas também pode ser aplicada em adultos. O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente nas Unidades de Saúde do SUS a vacina para meninos entre os 9 e 14 anos de idade.