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Criança traqueostomizada requer cuidados especiais para viver com saúde e bem-estar

Em celebração ao Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, ABORL-CCF e ABOPe destacam a importância de assistência adequada para reduzir mortalidade de complicações de saúde

Celebrado ontem (18), conforme a Lei 14.249/21, o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada chama a atenção de profissionais de saúde,  pais e responsáveis sobre a necessidade de cuidados específicos com as crianças que passaram por esse procedimento cirúrgico.

De acordo o 1º Consenso Clínico e Recomendações Nacionais sobre Crianças Traqueostomizadas da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as taxas de mortalidade relacionadas à traqueostomia em crianças variam de 0% a 5,9%.

A traqueostomia é uma técnica médica que consiste na criação de uma abertura na traqueia, proporcionando uma via alternativa para a passagem de ar em direção aos pulmões. Um levantamento de 2023, produzido pela ABOPe com 11 centros brasileiros especializados no atendimento e realização dessa cirurgia em crianças, revelou que houve crescimento de 23% no número de procedimentos em 2022, comparado a 2021, entre crianças de 0 a 3 anos.

“A traqueostomia é realizada em pacientes que enfrentam obstruções nas vias aéreas superiores ou que requerem suporte respiratório prolongado devido a complicações que os impedem de respirar de forma autônoma. Após a cirurgia, é necessária uma assistência rigorosa da equipe profissional e também da família para que esta criança possa viver com qualidade”, explica o presidente da ABOPe, o otorrinolaringologista Rodrigo Guimarães Pereira.

Causas 

Segundo a ABOPe e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), os principais motivos que levam as crianças a passarem por traqueostomia são: estenose, sendo o estreitamento de laringe ou traqueia por intubação prolongada; a disfagia, descrita como a dificuldade em deglutição; cardiopatias, que são condições capazes de afetar o coração e o sistema vascular; doenças pulmonares e neurológicas; malformações craniofaciais e nas vias aéreas; e anomalias vasculares, ou seja, qualquer mudança na estrutura ou no crescimento dos vasos sanguíneos.

Cuidados

Crianças que passaram por esse procedimento precisam de atendimento e procedimentos de assistência padronizados para evitar complicações com a saúde e reduzir as internações hospitalares e casos de óbitos.

Um manual feito pela ABOPe, que pode ser acessado gratuitamente no site https://abope.org.br, tem auxiliado famílias e profissionais de saúde em como proceder com alguns cuidados exclusivos das crianças traqueostomizadas.

Entre as orientações está o manejo da cânula de plástico – produto inserido no orifício da traqueia para ajudar na passagem do ar – que precisa ser substituída a cada 1 a 3 meses, conforme as diretrizes do fabricante. Embora a troca deva ser executada por um profissional de saúde qualificado, é importante que a família esteja treinada para trocas também.

“Mau cheiro ou mudança na cor da secreção pode indicar infecção, por isso, é importante sempre lavar as mãos antes de cuidar da traqueostomia. Além de manter a pele ao redor do procedimento limpa e seca”, destaca o presidente da ABOPe.

A cânula é presa no pescoço por meio de um cadarço ou velcro confeccionado artesanalmente que também precisa ser trocado, segundo orientações do manual.

No momento da alimentação é preciso fazer adaptações, como começar com comidas leves e pastosas, introduzindo pequenos pedaços aos poucos até a criança se acostumar com a alimentação normal. E para ingerir algum líquido, é necessário que o paciente esteja sentado para evitar vômito.

“Se a criança se engasgar, o cuidador ou responsável deve agir rapidamente batendo firmemente em suas costas. É importante ressaltar que não se deve colocar o dedo na boca da criança, pois isso pode empurrar o alimento para a via errada, agravando a situação”, afirma Pereira.

Campanha do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada

A Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial promovem a Campanha do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada entre os dias 18 a 23 de fevereiro visando aumentar a visibilidade das crianças com traqueostomia e destacar a importância de uma assistência profissional adequada para esse grupo específico.

Durante a semana, centros especializados em atendimento e realização de traqueostomia em crianças irão oferecer orientações para os responsáveis de crianças que passaram pelo procedimento, bem como capacitar os profissionais que fazem parte da rede de assistência aos pacientes. Além disso, serão distribuídos manuais gratuitos sobre os cuidados específicos necessários para crianças com traqueostomia.

Participação da campanha: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço – Unicamp , Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Instituto Fernandes Figueira, do Rio de Janeiro e Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba.

Além de ações presenciais, os canais da ABOPe e da ABORL-CCF nas redes sociais também vão propagar instruções e orientações de cuidados indicadas por especialistas. As informações poderão ser consultadas nas páginas de Instagram @otorrinoevoce e @abopepediatrica.

Serviço
Campanha do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada

Data: 18 a 23 de fevereiro

Canais:
Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica: Instagram @abopepediatrica.

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial: Instagram @otorrinoevoce
Manual de cuidados da criança com traqueostomia: https://abope.org.br/

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