A dengue já é uma velha conhecida dos brasileiros, principalmente no verão. Transmitida pela picada do mosquito de gênero Aedes, a dengue é comum não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, especialmente em áreas tropicais.
Febre alta, dores musculares e mal estar estão entre os sintomas da dengue, mas que também podem ser confundidos com sintomas da gripe, por exemplo. Então, como diferenciar as doenças e recorrer ao tratamento correto?
Para esclarecer as principais dúvidas, o otorrinolaringologista Diego Malucelli, do Hospital Otorrinos Curitiba, explicou as principais diferenças entre dengue, gripe, Covid e resfriados, abordando os sintomas e possíveis tratamentos. Confira:
Dengue
A dengue é uma doença febril aguda, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, inclusive óbitos. Através de testes rápidos, é possível identificar a doença.
Os principais sintomas são: febre acima de 38ºC, dor nos olhos, mal estar, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo. Vale ficar atento a alguns sinais de alerta, como dores abdominais intensas, vômitos recorrentes, sangramento de mucosa e irritabilidade.
Tratamento: não há tratamento específico e na maioria dos casos o médico indicará alguns medicamentos e cuidados para aliviar os sintomas e prevenir complicações. É importante manter a hidratação e fazer repouso.
Prevenção: eliminar criadouros de mosquitos (pneus, recipientes, vasos de plantas), pois os mosquitos da dengue se reproduzem em água parada; usar repelentes; manter recipientes de água limpos; usar telas de proteção em casa; quando possível, usar roupas que cubram a maior parte do corpo.
Gripe
A gripe é causada pelo vírus Influenza. Não se deve confundir com o resfriado, pois apresenta um quadro clínico mais acentuado. Na gripe, o aparecimento dos sintomas é mais rápido (súbito), ao contrário do resfriado, que é mais lento. A gripe apresenta uma maior taxa de complicações, como a pneumonia. O modo de transmissão é semelhante ao do resfriado, e o tempo da doença pode durar até duas semanas.
Os principais sintomas são: febre alta, dores no corpo, mal-estar, dor de cabeça, dor nas articulações, perda do apetite, tosse e dor de garganta.
A vacina da gripe está disponível para toda a população na rede pública, enquanto durarem os estoques.
Tratamento: além da vacina contra a gripe, já existem remédios específicos contra o Influenza, que quando indicados devem ser administrados nas primeiras 48 horas. Também são indicados antitérmicos e analgésicos, além de antibióticos nas complicações bacterianas comprovadas.
Covid-19
A Covid é caracterizada por sintomas respiratórios, podendo transitar desde os sinais mais leves de um resfriado, como espirro e coriza, ou se apresentar como uma gripe muito forte, além de febre alta, cansaço, perda de olfato e paladar.
Caso o paciente tenha febre, tosse e falta de ar, a orientação é buscar atendimento médico.
Assim como no caso da dengue, a Covid-19 também pode ser detectada através de testes rápidos, que identificam a presença do vírus em até 15 minutos.
Prevenção: evite aglomerações; lave bem as mãos; evite tocar nos olhos, nariz e boca; ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo dobrado ou com um lenço de papel.
Resfriado
O resfriado é uma infecção leve das vias aéreas causada por vários tipos de vírus, sendo o rinovírus o mais comum. É muito contagioso e a transmissão ocorre pelo contato com as mãos infectadas ou por meio de espirros ou tosse. Costuma durar, em média, de três a sete dias, porém em alguns casos pode persistir por mais tempo.
Os principais sintomas são: coriza, tosse e espirros. Complicações são raras e incluem o agravamento da asma e infecções bacterianas como sinusites ou otites.
Tratamento: não há um tratamento específico. Podem ser usados analgésicos, antitérmicos ou antibióticos nas complicações de origem bacteriana comprovada.
Com informações: Ministério da Saúde – Governo Federal; Governo do Paraná.
Diretor Técnico do Hospital Otorrinos Curitiba: Dr. Ian Selonke – CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia