Céu Vermelho apresenta
“Projeto cultural do Palco Paraná promove 64 apresentações gratuitas do espetáculo premiado da Cia do Abração para crianças das escolas da rede municipal de ensino da capital, região metropolitana e do litoral. A temporada de apresentações segue até o dia 22 de março, no Guairinha”
A Céu Vermelho, através da Cia. do Abração, apresenta o espetáculo premiado “O Mágico de Oss Paraná”, que abriu no final de fevereiro as atividades de 2024 do Crianças no Teatro, programa da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) e Palco Paraná, que tem como objetivo levar a arte cênica de forma gratuita para um público de 06 a 12 anos de várias cidades. São 64 apresentações, que vão passar por quatro cidades até o dia 31 de maio.
A estreia em Curitiba foi no final de fevereiro e se estende até o dia 22 de março no palco do Guairinha (Auditório Salvador de Ferrante), com apresentações às 9h30 e 14h30. O projeto vai atender crianças das escolas da rede Municipal de ensino da cidade, além de Araucária, Quatro Barras, Pinhais, Campo Largo, Campo Magro, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Piraquara, Rio Branco do sul, Itaperuçu e Colombo, sempre de segunda a sexta, períodos manhã e tarde, além de promover uma preleção mediada, para introduzir as crianças ao espetáculo e fomentar a produção de plateia.
Após Curitiba, o projeto segue com apresentações em São José dos Pinhais (Teatro Ernani Zétola, de 01 a 05 de abril), Antonina ou Morretes (23 e 24 de maio) e Paranaguá (Teatro Raquel Costa, de 27 a 31 de maio).
O projeto é inédito nesse formato no Paraná. Ele conta com apoio da Audi Brasil e tem como objetivo descentralizar as ações culturais e trabalhar propostas pedagógicas de mediação cultural para que crianças tenham acesso à arte por meio de outras possibilidades sensoriais estimuladas.
A diretora da Cia do Abração Letícia Guimarães comenta que Teatro é a arte do encontro. E, encontrar-se desta forma, através do tetaro, com as crianças e educadores, é apostar na abertura do campo sensível e imaginativo da experiência estética e do fazer poético. “Este projeto é essencial para que cada vez mais a arte esteja presente na vida das pessoas. As escolas estão tendo a experiência de assistir um espetáculo em palcos importantes de nosso Estado. Democratizar a arte, dando acesso a plateias que comumente não assistem teatro, em grandes palcos, é uma ação de política cultural pública de suma importância. É uma grande alegria e prazer proporcionar a convivência criativa”, comenta Letícia.
SINOPSE – O MÁGICO DE OSS
A Cia. do Abração propõe a releitura do clássico “O Mágico de Oz”, para ressaltar temas como a construção da identidade e o caminho a se trilhar em busca da sabedoria e de reconhecimento das ações para a valorização de virtudes humanas.
Na história, a protagonista, Doroti, uma menina egoísta e dominadora, briga com seus amigos e se sente incompreendida por seus avós. Em um ataque de fúria, a menina egoísta que acredita que a vida que leva é sem graça e sem cores, se vê abduzida por um furacão que a transporta para um lugar mágico e colorido. Na jornada psicodélica de Doroti, ela encontra um espantalho sem cérebro, um homem de lata sem coração e um tigre covarde. Todos se unem para encontrar o único que poderá dar-lhes o que cada um necessita: o poderoso Mágico de OSS, o único capaz de dar um cérebro, um coração, coragem e o caminho de volta para casa. Porém, em nossa história, toda esta viagem, todos estes encontros, tudo foi apenas projeção do subconsciente de Doroti que, com a viagem, transcendeu suas fraquezas e conquistou virtudes.
O ambiente cênico propõe alusões à cultura oriental, conferindo uma atmosfera mística ao mesmo tempo em que um grande quebra cabeça tridimensional, calcado em cores primárias, de uma forma brincante, vai construindo os espaços do subconsciente da personagem central Doroti.
CONCEPÇÃO
A ideia central da Cia. do Abração é proporcionar aos pequenos e grandes uma reflexão sobre valores humanos essenciais. Originalmente escrito pelo norte-americano L. Frank Baum, há mais de um século, este conto já teve diversas versões, na literatura e cinema. Ao longo dos anos, “O Mágico de Oz” transcendeu sua condição de literatura para se firmar como um poderoso arquétipo cultural de pelo menos três gerações de crianças e adultos e teve um impacto duradouro na cultura e comportamento social após diversas gerações. A imagem de Dorothy com seus amigos (o Homem de Lata, o Espantalho e o Leão) em uma estrada de tijolos amarelos tornou-se uma complexa associação de simbolismos. Muito do impacto dessa história estaria nas raízes do ocultismo. Baum era um reconhecido membro da Sociedade Teosófica de Madame Blavatski e um profundo conhecedor das escolas herméticas e esotéricas.
Como um bom teosófico, Frank Baum certamente baseou o argumento dessa busca dos personagens em uma frase de Madame Blavatski: “não há perigo que a intrépida coragem não consiga conquistar, não há prova que a pureza imaculada não consiga passar, não há dificuldade que um forte intelecto não consiga superar”. Intelecto, pureza de sentimentos e coragem, três elementos que comporiam a nossa “centelha” interior que nos conecta à Plenitude. E a busca dessa descoberta interior inicia em uma jornada espiritual representada pela estrada de tijolos amarelos.
Além disso, a alegoria da “estrada de tijolos amarelos” é uma evidente associação com o termo do Budismo (importante componente dos ensinamentos teosóficos) “Caminho Dourado” como a jornada da alma para a iluminação.
Em “O Mágico de Oz” todos vão em busca do Mágico (Deus?) para conseguir alguma coisa: voltar para casa, coragem, coração e inteligência. É nessa jornada que descobrirão que tudo isso já está dentro deles.
“Não há lugar melhor do que em nosso lar”, ou seja, tudo que precisamos já está dentro de nós mesmos. Foi necessária toda uma jornada em busca da ilusão do Mágico/Deus/ Oz para criar o desencanto e a transformação final dentro de si mesma.
Também fica evidente em “O Mágico de Oz” o Princípio da Correspondência da Filosofia Hermética, presentes na Antiguidade tanto na Astronomia como na Alquimia: “O que está em cima é como está em baixo, e o que está em baixo é como está em cima”. A casa de Dorothy antes e depois da jornada são mundos espelhados e invertidos, em uma correspondência espiritual.
Na releitura da Cia do Abração, o trio de amigos de Dorothy, em sua casa, formará, mais tarde, o trio de companheiros de jornada da protagonista.
Oz, em nossa versão OSS é o Plano Astral da humanidade onde estão expressos de forma arquetípica os conflitos e batalhas no mundo físico. Os conflitos e buscas do Homem de Lata, do Tigre e do Espantalho correspondem aos mesmos dilemas e personalidades apresentadas no espelhamento das relações de Doroti com seus amigos.
FICHA TÉCNICA
DIREÇÃO E DRAMATURGIA – LETÍCIA GUIMARÃES
ILUMINAÇÃO – BLAS TORRES
CENOGRAFIA – BLAS TORRES
FIGURINOS – AILIME HUCKEMBECK
ADEREÇOS – TAISSA BREVILHERI
SONOPLASTIA – ALYSSON SIQUEIRA
ELENCO – ANIDRIA STADLER, AIMÈE STADLER, PAULO SOARES, ZECA SALES
SERVIÇO:
CRIANÇAS NO TEATRO – “O MÁGICO DE OSS”
Quando: de 26 de fevereiro a 22 de março de 2024 (de segunda a sexta)
Local: Guairinha (Auditório Salvador de Ferrante) – R: XV de Novembro, 971, Centro.
Horários: 9h30 e 14h30
Projeto especial para alunos da rede pública. Entrada gratuita.