O câncer é a segunda causa de morte natural no Brasil, de acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer – INCA, e deriva do crescimento desordenado de células anormais que formam um tumor, podendo ser de dois tipos: benignos ou malignos. Os benignos não são cancerosos e geralmente não se espalham para outras partes do corpo. Já os tumores malignos (ou cancerígenos) podem crescer rapidamente e se espalhar pelo corpo, invadindo tecidos vizinhos.
Quanto antes for detectado o câncer (diagnóstico precoce), mais eficaz será o tratamento e mais chances de cura terá o paciente. Por isso é tão importante ficar atento aos sintomas e manter o check-up em dia. Ao sinal de qualquer mudança no corpo, procure um médico para investigar.
A oncologista clínica Rayana Echarki T. A Postai, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, faz um alerta às mulheres: “Existem quatro tipos de câncer que são os mais incidentes na população feminina, de acordo estimativas do INCA, que são os cânceres de pele não melanoma, com 118 mil; mama, com 74 mil; cólon e reto, com 24 mil; colo do útero, com 17 mil casos novos”. Vale lembrar que a estimativa do INCA para o triênio 2023 a 2025 é de 704 mil casos novos de câncer no Brasil.
Câncer de pele não melanoma
O câncer de pele não melanoma é causado principalmente pela exposição excessiva ao sol. A forma mais comum de se evitar esse tipo de câncer é a fotoproteção, ou seja, proteger a pele dos raios ultravioletas. Para tanto, é preciso usar o protetor solar diariamente (Fator 30, no mínimo), além de minimizar a exposição ao sol evitando o horário entre 10 e 16 horas. Recomenda-se também o uso de roupas com proteção UV, assim como bonés, chapéus e óculos de sol com lentes de boa qualidade.
Caso o diagnóstico seja precoce, o tratamento poderá ser a cirurgia, com altas chances de cura. Porém, se a doença estiver avançada, o tratamento poderá ser imunoterapia e terapia-alvo.
Mama
Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os índices de cura podem chegar a 90% quando a doença é identificada em seu estágio inicial. Existem fatores de risco que podem desencadear o surgimento do câncer de mama, como idade avançada, exposição prolongada aos hormônios femininos, excesso de peso e história familiar ou de mutação genética – se a mulher for portadora dos genes BRCA1 e BRCA2, o risco pode ser potencializado.
A mamografia é um exame de rastreamento indispensável que deverá ser feito a partir dos 40 anos ou a critério médico quando a mulher tiver histórico familiar. O exame de ressonância magnética é indicado às mulheres com alto risco para câncer de mama, com histórico familiar ou mutações descobertas por testes genéticos.
Câncer colorretal (cólon e reto)
Esse tipo de tumor se desenvolve no intestino grosso, no cólon ou na sua porção final, o reto. O principal tipo é o adenocarcinoma, que em 90% dos casos se origina a partir de pólipos na região, os quais, se não forem identificados e ressecados, podem sofrer alterações e se tornar cancerígenos.
O exame indicado é a colonoscopia, que deverá ser feita a partir dos 45 anos. Em casos específicos, como doenças inflamatórias intestinais e histórico de câncer na família, é indicado que se faça o exame antes desta idade, a critério do médico.
Câncer do colo do útero (ou cervical)
Esse tipo de câncer é causado principalmente por meio da infecção pelo HPV, o papilomavírus humano, que, de acordo com pesquisas, está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. A principal forma de transmissão do vírus é via contato sexual, e a melhor forma de prevenção é evitar o contágio usando preservativo em todas as relações sexuais. A doença costuma progredir de forma lenta, podendo levar mais de 10 anos para se desenvolver.
O Papanicolau, exame ginecológico preventivo, é a principal ferramenta para diagnosticar as lesões precursoras do câncer. A recomendação é que todas as mulheres devem fazer o exame preventivo anualmente a partir dos 20 anos ou após o início da atividade sexual.
A vacina tetravalente contra o HPV está disponível para meninas de 9 a 14 anos. Ela protege contra 4 tipos muito frequentes de HPV, que são os tipos 6, 11, 16 e 18. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.