A arquitetura de interiores segue comprometida em propiciar espaços multiúso que promovam maior qualidade de vida e supram as necessidades físicas, emocionais e sociais de quem os utilizam
No turbilhão de mudanças desencadeadas nos últimos anos, até mesmo os alicerces físicos de nossas vidas foram questionados. Como reflexo, os projetos de arquitetura não escaparam dessa revolução e o que antes era considerado imprescindível para uma casa, agora é revisitado à luz de novas necessidades e prioridades. Até então entendido como ambientes estáticos, o layout residencial deu espaço para profundas mudanças impulsionadas pela busca pelo conforto, conexão com a natureza e adaptação aos novos estilos de vida.
“O home office foi uma das transformações mais impactantes, quando as pessoas precisaram adaptar seus lares para as atividades profissionais”, avaliam as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, sócias no escritório Dantas & Passos Arquitetura. Ainda de acordo com elas, soluções para melhorar a ventilação entre os cômodos e o controle da luz natural também são requisições frequentes de seus clientes. “A evolução da indústria nos ajuda muito nesses desafios ao nos oferecer inovações como vidros com tecnologias que bloqueiam os raios solares nocivos à saúde”, enumeram.
Perguntadas sobre os elementos que se tornaram desnecessários os projetos de arquitetura residencial, a dupla relacionou os pontos abaixo. Acompanhe:
1. Excesso de paredes
Antes consideradas como delimitadoras dos cômodos e importantes para o senso de privacidade, as paredes internas das áreas sociais seguem com os dias contados, pois a arquitetura convida as pessoas para viverem em ambientes mais abertos e conectados. Essa tendência não apenas amplia a percepção de espaço, como também facilita a comunicação e a interação entre os habitantes da casa. “A compartimentação já é considerada como fora de moda”, avalia Paula.
A remoção ou a inexistência das paredes também propicia flexibilidade na utilização dos ambientes, uma vez que salas de estar, jantar, cozinha e varanda se convertem em uma unidade adaptável às diferentes atividades do dia a dia. Entretanto, além da convivência a dupla também argumenta que essa leitura contemporânea dos projetos é benéfica para uma atmosfera mais arejada e iluminada que, por sua vez, contribui para o bem-estar físico e mental dos moradores.
2. Janelas pequenas
A substituição das janelas pequenas não se resume apenas a questão estética, “pois a busca pela integração com a natureza e pela entrada de luz natural pedem vãos de aberturas maiores” comenta Paula.
3. Espaços sem bem-estar
Considerando que os imóveis residenciais ganham um outro sentido, já que para muitos é, ao mesmo tempo, morada e local de trabalho remoto, as arquitetas enfatizam que os projetos precisam entregar conforto físico e emocional aos seus ocupantes. “Não tem como imaginar uma casa sem um ponto de lazer. Seja em uma planta baixa menor ou mesmo as mais amplas, é essencial inserir locais que sejam um convite à diversão, descanso ou leitura”, acrescenta Danielle.
Além disso, o contato com a natureza se tornou uma condição sine qua non e esse movimento ficou ainda mais evidente quando, há quatro anos o mundo precisou se confinar em casa. “Eu analiso que esse comportamento revelou um sentimento intrínseco ao ser humano, é que o de estar próximo ao natural”, diz Paula. Dessa forma, jardins verticais na varanda ou mesmos cantos verdes estão mais distribuídos pela casa. “Desse período, surgiram muitos pais e mães de plantas que se descobriram no prazer de cultivar espécies”, completa.
4. Cômodos irrelevantes
Da entrada à varanda, cada cantinho da casa pode ser transformado para melhor atender às demandas dos moradores. Espaços ociosos são repensados para dar lugar àquilo que faz sentido: desde um home office, uma varanda gourmet, adega ou mesmo a ampliação de um dormitório para a instalação de um closet.
Pensando na saúde e o bem-estar, áreas para exercícios físicos ganham destaque, assim como as áreas de serviço que evocam uma atenção especial para áreas de desinfecção e a organização das roupas sujas e dos sapatos.
5. Quais móveis a casa não precisa mais
“A substituição é bastante usual na maioria das reformas, já que o mobiliário deve condizer com as diretrizes do projeto”, indica Paula. Isso acontece, pois durante o processo é comum que os tamanhos dos ambientes sofram alterações, seja pela redução de paredes, criação de outros novos ou mudança no formato. “Por isso, nada de aguardar peças antigas que não façam mais sentido ao momento de vida”, orienta.
Bônus: benefícios de projetar uma casa com menos divisões
A introdução de espaços multifuncionais são atores que entram em cena para a reinvenção do lar. Por oferecerem diversas utilidades em um único ambiente, tornam-se uma excelentes estratégias para maximizar o aproveitamento das áreas disponíveis. “Eles nos auxiliam na visão criativa do projeto”, conclui a dupla de arquitetas.
Dantas & Passos Arquitetura
@dantaspassos.arquitetura
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Tel. e WhatsApp: (11) 99366-9690 (Danielle Dantas)
Tel. e WhatsApp: (11) 98339-9096 (Paula Passos)