Estimativas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam que em 2024 devem surgir 32 mil novos casos de câncer de pulmão entre homens e mulheres por causa de cigarro. Segundo levantamento nacional da Fundação do Câncer divulgado no último dia 16, o tabagismo é responsável por cerca de 85% dos óbitos por câncer de pulmão entre homens e aproximadamente 80% das mortes pelo problema em mulheres.
O relatório “Câncer de Pulmão no Brasil: por dentro dos números”, publicado pela entidade, aponta que fumar é o principal fator de risco para essa neoplasia. O boletim indica que a maior parte dos pacientes com câncer de pulmão é fumante ou ex-fumante, o que representa 86% dos casos masculinos e 72% dos femininos. Um ponto bastante preocupante apresentado pelo estudo é que a maioria dos brasileiros com câncer de pulmão começa o tratamento já em estágio mais avançado da doença. A pesquisa revela que 63,1% dos homens e 63,9% das mulheres com o diagnóstico são atendidos já no estágio IV.
Prevenção é fundamental
O oncologista clínico Bruno Batista, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, destaca a importância da prevenção ao tabagismo: “Para a redução da incidência do número de casos de câncer de pulmão é fundamental a prevenção primária, ou seja, inibir o consumo do cigarro desde seu início, não estimular a pessoa a fumar, ou contrário, apontar os malefícios”.
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) – tendências globais de consumo de tabaco – mostra que no mundo existem cerca de 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco. O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Mesmo com o número de tabagistas diminuindo no mundo, pesquisas em diversos países mostram que crianças e adolescentes com idades entre 13 e 15 anos estão utilizando produtos à base de tabaco e nicotina cada vez mais.
Esses jovens consumidores de tabaco poderão, no futuro, desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, como o câncer. Dados do INCA mostram que o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil e é o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Além do câncer de pulmão, cerca de 10 diferentes tumores também estão relacionados ao tabagismo, entre eles câncer de estômago, câncer de cólon e reto, tumores de cabeça e pescoço, câncer de rim e ureter, câncer do colo do útero, câncer de esôfago, câncer de bexiga, câncer de pâncreas, câncer de fígado e leucemia mieloide aguda.
A decisão de parar de fumar deve partir da pessoa, mas em muitos casos, será necessário o auxílio de profissionais que poderão ajudar no processo de largar o tabagismo. A partir do primeiro dia sem fumar, o organismo já começa a se restabelecer.