Curitiba recebe alerta para controle de surto de Hepatite A 

 

A população deve estar atenta às medidas preventivas para evitar a doença, que já conta com 228 casos e 5 mortes confirmadas esse ano; Laboratório LANAC registra alta de 19,3% de positividade nos testes

O Boletim do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado na segunda quinzena de maio de 2024, confirmou mais duas mortes por Hepatite A (somando 5 desde o início do ano) e uma morte em investigação, além de 228 casos da doença na capital paranaense. O número de confirmações caracteriza um surto da doença e exige atenção às medidas preventivas para evitar a contaminação e transmissão.

Segundo o bioquímico e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, em 2024 o laboratório Lanac registrou um aumento de 19,3% nos exames que testaram positivo para hepatite A durante os últimos meses, um aumento significativo que destaca a importância de intensificar os esforços de prevenção e conscientização sobre a doença, especialmente em períodos mais frios do ano como o outono e o inverno. “A Hepatite A é uma infecção provocada pelo vírus da hepatite A (HAV), também conhecida como “hepatite infecciosa”, que  afeta o fígado e é transmitida principalmente através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Na maioria dos casos, trata-se de uma doença de caráter benigno; entretanto, a gravidade dos sintomas e a letalidade aumentam com a idade”, afirma.

 

Como se prevenir: a importância da realização de exames e da imunização  

A contaminação pela hepatite A acontece pela via fecal-oral, ou seja, por meio do contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados. “O diagnóstico de uma infecção atual ou recente é feito por meio de um exame de sangue que detecta a presença de anticorpos anti-HAV IgM (indicativos de infecção inicial), os quais podem ser detectados por cerca de seis meses. Também é possível verificar a presença do anticorpo IgG para identificar infecções passadas ou a resposta vacinal de imunidade. Recomendamos que indivíduos que apresentem sintomas como febre, cansaço, perda de apetite, náuseas, dor abdominal e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) busquem imediatamente orientação médica e realizem os testes necessários”, explica o bioquímico.

 

Prevenção

Além dos exames, a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, afirma que a vacinação é uma das principais formas de prevenção contra a hepatite A, sendo uma vacina altamente eficaz e que proporciona proteção duradoura contra o vírus. “A vacina contra Hepatite A é recomendada para todas as pessoas a partir dos 12 meses de idade. Ela deve ser administrada em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas. Recomenda-se a aplicação rotineira da vacina Hepatite A Infantil aos 12 e 18 meses de idade, ou o mais cedo possível. Para adultos que não foram vacinados anteriormente, é importante tomar a vacina Hepatite A Adulto o quanto antes, também com um intervalo de seis meses entre as doses. A hepatite A é uma doença evitável e tratável, mas a prevenção é sempre o melhor caminho”, afirma.

Kozlowski também afirma, que além da realização de exames e da vacinação, é importante que a população se previna com medidas cotidianas que podem ajudar a combater a infecção e a transmissão da doença, como:

 

  • Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos);
  • Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
  • Usar instalações sanitárias;
  • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
  • Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

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