O tabagismo está diretamente relacionado ao desenvolvimento do câncer bucal, neoplasia que está entre as dez mais comuns entre os brasileiros. O câncer bucal é um conjunto de tumores malignos que afeta várias regiões da boca como os lábios, língua, gengiva e “céu” da boca.
Dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam que o câncer de boca surge como um dos mais incidentes entre os fumantes, principalmente em homens acima de 40 anos e predileção a raça branca. Estimativas mostram que anualmente são diagnosticados mais de 15 mil novos casos do câncer bucal, sendo que somente na população masculina o número chega a 11 mil. As regiões Sul e Sudeste têm o maior índice de tabagismo e a maior taxa de mortalidade decorrente do câncer bucal.
A cirurgiã-dentista do Oncoville, Aristilia P. Tahara Kemp, explica a relação entre o desenvolvimento dos tumores na boca e o abuso de substâncias como o tabaco. “Tabagistas representam 80% dos casos de câncer bucal com o risco proporcional à quantidade consumida. Além disso, a chance de os tabagistas desenvolverem câncer bucal é de 6 a 16 vezes maior que os não tabagistas. Vale ressaltar que o fumante é exposto a quase 5 mil substâncias tóxicas, sendo 60 destas carcinogênicas. Adicionalmente, além do cigarro convencional, é preciso evitar o consumo de seus derivados, como os nargilés e agora, mais recentemente, os cigarros eletrônicos”, destaca. O tabagismo é apontado como o principal fator de risco para esse tipo de tumor, seguido pela infecção por Papilomavírus Humano (HPV).
“Entre os principais sintomas do câncer de boca está a presença de uma lesão, como uma afta que não cicatriza. Outras mudanças que a pessoa deve ficar atenta é quando surgem nódulos no pescoço, sangramento bucal, dificuldade na abertura bucal ou mastigação, mobilidade ou perda dentária sem motivo aparente, mau hálito persistente, manchas brancas ou avermelhadas na boca, perda de peso, rouquidão ou alteração na voz, entre outros. Surgindo qualquer sintoma, é fundamental buscar um atendimento odontológico”, destaca Aristilia P. Tahara Kemp.
Além de evitar os hábitos nocivos, é importante que a população se conscientize sobre a importância de manter a saúde bucal em dia com avaliações clínicas periódicas e preventivas para o câncer bucal. O diagnóstico precoce do câncer na região da boca pode apresentar até 80% de chances de cura. O diagnóstico dessa neoplasia geralmente é feito por meio de exame clínico com o cirurgião-dentista e biópsia da lesão. Já as principais formas de tratamento podem envolver a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.