Abordagem cirúrgica com TOETVA para tumores da tireoide poupa pacientes de cicatrizes altamente visíveis

O câncer de tireoide afeta três vezes mais mulheres do que homens, na faixa etária entre 20 a 65 anos. O principal sintoma desse tipo de neoplasia é o aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço. A glândula tireoide tem formato de borboleta e localiza-se na parte anterior do pescoço, abraçando a traqueia. Ela é responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, triiodotironina e tiroxina, que agem em nosso corpo e metabolismo. Somente em 2024, são esperados 16.660 novos diagnósticos da doença no Brasil, sendo 14.160 entre mulheres e 2.500 entre homens, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer – INCA. 

O cirurgião oncológico Tayron Bassani, especialista em tumores de cabeça e pescoço do COP – Centro de Oncologia do Paraná, explica que a técnica chamada TOETVA (Transoral Thyroidectomy Vestibular Approach) consiste na remoção da glândula tireoide sem precisar de incisão no pescoço. “A vantagem da utilização dessa técnica em relação à tradicional diz respeito à questão estética da cicatriz no pescoço. Fazemos uma incisão por dentro do lábio inferior, poupando pacientes de ficarem com cicatrizes altamente visíveis”. 

Dr. Tayron Bassani cita que em termos de comparação, a cirurgia convencional dura em média 90 minutos, já com a utilização da técnica TOETVA, aumenta um pouco, são cerca de 160 minutos, mas com a maior experiência do cirurgião, esse tempo tende a diminuir. As informações são baseadas em estudos científicos publicados. 

Mulheres são as mais afetadas por esse tipo de câncer

Sobre a técnica TOETVA, sua utilização pode ter algumas contraindicações, como tireoide com tamanho muito grande, invasão tumoral de outras estruturas, extensão do tumor a ser removido, cirurgia prévia no local, por exemplo. “Além disso, os cuidados no pós-operatório são diferentes. Será necessário fazer uso de antibiótico profilático, higiene da ferida na cavidade oral e curativo compressivo na região cervical”, aponta o cirurgião.

Essa técnica endoscópica teve seu pioneirismo na Ásia, quando foram realizados os primeiros procedimentos TOETVA, representando um marco, já que eliminava um dos grandes problemas da cicatriz visível, o que, para muitos, carrega um forte valor emocional. 

Tipos de tumor

O carcinoma papilífero, o subtipo histológico mais comum do câncer de tireoide, é responsável por cerca de 70% a 80% dos casos e costuma ser pouco agressivo, tem evolução lenta e geralmente acomete pessoas em torno dos 50 anos.

O segundo tipo mais frequente é o carcinoma folicular que costuma manifestar-se depois dos 35 anos e oferece risco maior de recidivas e metástases. 

O carcinoma medular é responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. É o tipo de tumor mais agressivo e está relacionado com síndromes genéticas. Já o carcinoma anaplásico corresponde a 2% dos casos de tumores da tireoide, tem rápida evolução e pode atingir outros órgãos.

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