Silenciosa e perigosa, doença só apresenta sintomas nos estágios mais avançados. Diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento mais eficaz
Perda da visão periférica e baixa da qualidade visual. Esses são alguns dos principais sintomas do Glaucoma, doença que acomete o nervo óptico e tem como fator de risco a elevação da pressão intra-ocular. Assintomático em seus estágios iniciais, o Glaucoma pode se desenvolver durante meses ou até anos, sem que o portador não sinta absolutamente nada. O paciente só sente os efeitos quando a doença já está em estágio mais avançado, quando começa a esbarrar nos objetos, pois está perdendo a visão periférica (vê bem o que está na sua frente, mas não enxerga o que está dos lados).
O Glaucoma não tem cura e pode até levar à cegueira, caso não seja devidamente diagnosticado e tratado de maneira adequada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 80 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a enfermidade. No Brasil, estima-se que o Glaucoma atinja aproximadamente 1 milhão de pessoas. As projeções não são nada animadoras: a OMS estima que 115,5 milhões de pessoas podem sofrer com o problema em 2040.
Segundo o oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Dr. Guilherme Guedes, é de fundamental importância a realização de consultas periódicas com o oftalmologista para o diagnóstico da doença. “Esse checkup com um especialista é importantíssimo, no mínimo uma vez por ano. Quanto mais precocemente o Glaucoma for detectado, maiores são as possibilidades de êxito no tratamento”, afirma o médico. A enfermidade é diagnosticada quando o paciente faz um exame oftalmológico de rotina, que inclui a medição da pressão intra-ocular e avaliação do nervo óptico. Às vezes, é necessária a realização de outros exames, como a estereofoto de papila, tomografia de coerência óptica (OCT) e campo visual.
O tratamento é variado, vai desde a utilização de colírios, que ajudam a baixar a pressão intra-ocular, passando pelo uso de laser e até cirurgia em casos mais graves. O objetivo do tratamento é estabilizar a doença, porém, isso não fará com que o paciente recupere a visão perdida. “Precisamos aumentar o nível de conscientização das pessoas com relação à doença. O número de pacientes hoje é bastante significativo e tende a aumentar ainda mais com o envelhecimento da população. Só o diagnóstico precoce e um tratamento eficaz podem frear este avanço”, comenta doutor Guedes. Segundo estudos científicos da área oftalmológica, das 80 milhões de pessoas afetadas pelo Glaucoma, 20 milhões estão cegas de um olho e 11 milhões perderam totalmente a visão.
Alguns fatores de risco favorecem o aparecimento da doença. São eles: idade avançada, hipertensão ocular, miopia elevada e hereditariedade. “Pessoas com essas características devem ter atenção redobrada com relação ao Glaucoma e consultar um oftalmologista com frequência. Se não for diagnosticado a tempo e tratado adequadamente, pode trazer danos irreversíveis à visão”, finaliza o oftalmologista.