Ciência UFPR: Conheça a história de afeto por trás da descoberta de um novo anelídeo marinho

Pesquisador do grupo de Sistemas Costeiros e Oceânicos da UFPR homenageia o professor Paulo Lana, falecido em 2022, com nome de uma minhoca do mar

Encontrada no litoral de São Paulo e no do Paraná, a espécie de minhoca do mar Naineris lanai tem características físicas que a permitem viver em um ambiente aquático quase sem oxigênio, em meio à lama densa do mangue. As brânquias, como a dos peixes, que a espécie usa para respirar, são maiores do que as de outros animais parecidos. Cílios grandes ao longo do corpo fino servem para empurrar a pouca água disponível em direção às brânquias, garantindo um suprimento de oxigênio mínimo.

Todo esse sistema garante que a minhoca de cerca de 25 centímetros de comprimento consiga sobreviver em um ambiente difícil para a maioria dos seres vivos.

Essas adaptações da espécie impressionaram o professor Paulo Lana, do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estudioso de anelídeos marinhos há décadas, Lana orientou o pesquisador Ricardo Álvarez durante o doutorado na Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos (PGSisCo) da UFPR. Foi Álvarez quem coletou as minhocas, ajoelhado na lama dos mangues da Ilha das Peças (PR) e da Praia do Araçá (SP), em 2021.

“A morfologia funcional era uma das paixões do Paulo”, conta Álvarez à Ciência UFPR. “Ele havia observado essas adaptações em outras espécies de minhocas do mar por ele descritas. Paulo sempre me incentivou a olhar as minhocas do mar além da morfologia, pensando na função delas no ambiente”.

Álvarez usa o verbo no passado para se referir a Lana porque o professor sênior do CEM UFPR faleceu no fim de junho de 2022, aos 66 anos. O inesperado do acontecimento pode ser inferido da biografia de Lana na plataforma Lattes, onde os cientistas brasileiros mantém os seus currículos acadêmicos. “Pretendo ficar ativo até 2023, orientando pós-graduandos, coautorando trabalhos de revisão e procurando influenciar as carreiras dos mais jovens”, escreveu.

Leia a matéria completa, com infográfico e galeria de fotos, no site da Ciência UFPR: https://ciencia.ufpr.br/portal/conheca-a-historia-de-afeto-por-tras-da-descoberta-de-um-novo-anelideo-marinho-no-brasil/

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