Comparativo mostra a vantagem financeira de circular no trânsito pilotando em duas rodas; confira atitudes simples para garantir um desempenho eficiente nas ruas e estradas
Com o preço do combustível em constante alta, como o recente aumento de 7,11% na gasolina nas refinarias anunciado pelo governo no início deste mês, o custo-benefício das motos em relação aos carros tem atraído cada vez mais adeptos ao universo das duas rodas.
Um exemplo de economia pode ser visto no comparativo entre o modelo Honda CG 160, líder de vendas no mercado de motocicletas, e o Renault Kwid 1.0, o carro flex mais econômico no Brasil. Para encher o tanque da CG com gasolina, o condutor desembolsa cerca de R$ 100, considerando o valor médio do combustível em Curitiba, que está fixado em R$ 6,19 por litro. O condutor poderá rodar 660 km antes do próximo reabastecimento, uma vez que o modelo gasta 41 km/l em um cenário combinado de cidade e estrada, de acordo com dados Honda.
Se optar por etanol, o custo é menor ainda, apenas R$ 67, isso porque o preço médio do litro do combustível vegetal na capital paranaense é de R$ 4,29. No entanto, a autonomia será reduzida para 564 km, devido ao consumo médio de 35 km/l com o uso do derivado de cana.
Já o Kwid faz 15,5 km/l com gasolina e 10,9 km/l com etanol (dados do Inmetro). Para percorrer a mesma distância que a CG 160 com gasolina (660 km), o motorista do hatch precisaria pagar R$ 270. Com etanol, o gasto é de R$ 223 para trafegar por 564 km.
Se o comparativo fosse com a moto mais econômica do mercado, a Honda Pop 110i, a economia no bolso seria muito maior. O veículo impressiona ao percorrer cerca de 60 km com apenas 1 litro de gasolina. Isso significa que com R$ 69 o usuário pode rodar 660 km, fazendo do modelo uma interessante escolha econômica e eficiente para uso urbano.
Atitudes simples melhoram o consumo
Para quem usa a motocicleta como alternativa para gastar menos na hora de abastecer, algumas atitudes simples podem melhorar ainda mais a eficiência no consumo. Evitar frenagens bruscas desnecessárias é importante, pois retomadas rápidas consomem mais combustível. “Ao frear bruscamente, o piloto costuma acelerar mais forte para recuperar a velocidade, aumentando o consumo”, explica Rodrigo Massalak, mecânico da Blokton, maior rede de concessionárias de motos Honda do Paraná.
O profissional recomenda manter uma distância segura do veículo à frente dentro de uma velocidade constante, especialmente em congestionamentos e ao avistar um semáforo fechado adiante.
Além disso, usar a marcha adequada à velocidade é essencial. Modelos modernos, como a Honda Biz 110, possuem um econômetro que indica a faixa operacional ideal do motor, ajudando a economizar combustível. “Quando o indicador está aceso, a moto está operando de forma eficiente”, afirma.
Outro ponto importante, e muitas vezes negligenciado, é a calibragem correta dos pneus, conforme recomendado pelo fabricante para as condições de uso ou não de carga. “Pneus descalibrados aumentam o atrito com o solo, forçando o motor a trabalhar mais”, destaca Massalak.
A calibragem deve ser verificada semanalmente com os pneus frios. Em caso de dúvida, consulte o manual do proprietário ou as etiquetas na parte traseira da motocicleta.
Consumo melhor exige manutenção preventiva
Manter a manutenção preventiva em dia impacta diretamente na melhora do consumo de combustível. Ao garantir que todos os componentes estejam funcionando corretamente, o condutor consegue otimizar o desempenho e a eficiência do motor.
O mecânico da Blokton reforça a importância da troca de óleo e do filtro de ar. Segundo ele, o fluido limpo e no nível correto reduz o atrito e melhora o funcionamento do propulsor. Já o filtro quando está muito saturado, pode elevar o consumo e causar falhas.
Por sua vez, as velas de ignição em bom estado proporcionam uma queima mais eficaz do combustível. E é fundamental manter a tensão correta da correia e da corrente, a fim de evitar perdas de energia, contribuindo para um desempenho mais eficiente.