O avanço da medicina tem possibilitado que muitos tratamentos tomem caminhos diferentes e que possam se tornar mais eficazes para determinados pacientes e tumores oncológicos. Um exemplo desse benefício que a modernidade traz é a terapia celular CAR-T. Esse termo vem da palavra em inglês chimeric antigen receptor, que em português significa receptor quimérico de antígeno. Já a letra T é referente ao linfócito T. A célula CAR-T é um linfócito T que passou por modificação genética.
O médico hematologista Bruno Spinelli, coordenador do Grupo de Hematologia do COP – Centro de Oncologia do Paraná, explica que a terapia celular CAR-T tem obtido resultado importante no tratamento de alguns tipos de câncer, entre eles tumores hematológicos, como algumas leucemias, mielomas e linfomas. “Trata-se de um tipo de imunoterapia que utiliza linfócitos T, células do sistema imunológico responsáveis por combater células infectadas e agentes patogênicos. Com a utilização de uma tecnologia de última geração, é possível reprogramar com o tratamento as células do sistema imune do corpo para que elas comecem a combater as células malignas”, explica.
A terapia celular tem apresentado resultados promissores, levando à remissão e, em alguns casos, à cura. É importante ressaltar que não são todos os pacientes que podem utilizar esse tratamento. As indicações já aprovadas e com uso vigente no Brasil são para o tratamento de leucemia linfoblástica aguda (LLA), linfoma difuso de grandes células B, linfoma folicular e mieloma múltiplo.