Brasil avança na vacinação infantil e sai da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são consideradas crianças aquelas com até 12 anos incompletos, e garantir a imunização nessa fase é essencial para assegurar um futuro saudável. Dados do relatório da OMS/UNICEF mostram que o Brasil conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo, com redução no número de crianças que não receberam a primeira dose da DTP1, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, caindo de 418 mil em 2022 para 103 mil em 2023. Além disso, o número de crianças sem a DTP3 também diminuiu expressivamente, de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023, evidenciando a importância da vacinação nessa fase da vida.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino, a vacinação na infância é uma das medidas mais eficazes para proteger as crianças contra doenças graves e potencialmente fatais, uma vez que durante os primeiros anos de vida o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento, tornando as crianças mais vulneráveis a infecções. “As vacinas ajudam a estimular o sistema de defesa de forma segura, oferecendo proteção contra doenças como poliomielite, sarampo, meningite e hepatite, entre outras. A imunização não apenas protege a criança individualmente, mas também contribui para a criação de uma barreira coletiva, o que reduz a circulação de agentes infecciosos na comunidade”, afirma.
Além disso, a vacinação na infância desempenha um papel fundamental na prevenção de surtos e epidemias de doenças que, em grande parte, já foram controladas ou erradicadas em muitos países. “Manter o calendário de vacinação atualizado garante que inúmeras enfermidades continuem sob controle, evitando o retorno de problemas de saúde pública que já causaram grandes tragédias no passado. Assim, neste Dia da Criança, mais do que celebrar com presentes e brincadeiras, é importante cuidar da saúde dos pequenos, garantindo que estejam protegidos contra as principais doenças que podem comprometer seu futuro. A vacinação é um ato de amor e responsabilidade”, explica Elisa.
Vacinas essenciais do calendário nacional de vacinação
Elisa conta que entre as principais vacinas incluídas no calendário do PNI para crianças até os 12 anos estão:
BCG: Previne as formas graves de tuberculose.
Hepatite B: Protege contra a hepatite B.
Pentavalente: Combina a proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B.
Pneumocócica 10-valente: Previne doenças causadas pelo pneumococo, como pneumonia, meningite e otite.
Rotavírus: Protege contra infecções causadas pelo rotavírus, responsável por casos graves de diarreia.
Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola): Protege contra três doenças virais muito perigosas.
Poliomielite: Prevê a prevenção da poliomielite, que pode causar paralisia.
Varicela (Catapora): Protege contra a varicela, conhecida como catapora.
Meningocócica C: Previne a meningite causada pelo meningococo C.
Vacinas disponíveis na rede particular
Além das vacinas oferecidas pela rede pública, há outras disponíveis na rede particular que são recomendadas para crianças e podem aumentar a proteção contra algumas doenças. Entre as principais vacinas oferecidas por clínicas privadas, destacam-se:
Meningocócica ACWY e Meningocócica B: Ampliam a proteção contra diferentes tipos de meningite.
Hepatite A: Protege contra a hepatite A, que pode causar complicações hepáticas.
HPV: Indicada principalmente para pré-adolescentes, protege contra o papilomavírus humano, associado ao câncer de colo do útero e outras doenças.
Influenza Tetravalente: Oferece proteção contra quatro tipos de vírus da gripe, sendo uma versão mais ampla da vacina oferecida na rede pública.