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Honda Sahara 300: a evolução que substitui a era da XRE 300 – Comparativo

Rafaela Foggiato
rafaela@v3com.com.br

Novidade redefine os padrões da linha trail de média cilindrada da marca, oferecendo motor e chassi mais modernos, tecnologia avançada e design inspirado na Africa Twin

A Honda Sahara 300 chegou recentemente com uma tarefa difícil: substituir a XRE 300, uma das motos mais populares no Brasil. A saída de cena do antigo modelo em 2023 gerou uma expectativa grande se a evolução presente na sucessora justificaria a aposentadoria da pioneira e líder de vendas do segmento trail de média cilindrada 300 cm³.

Para encontrar a resposta, nada melhor do que um comparativo entre as duas. É algo que todos os fãs da antiga XRE 300 buscam antes de ir à concessionária para conhecer a novidade.

Com a ajuda do consultor de vendas Cristiano Rodrigues, da Honda Blokton, pontuamos as principais mudanças entre as duas gerações.

Antes vale destacar o resgate do nome Sahara, alusiva à NX Sahara 350, que fez sucesso na década de 1990. Começa por aí a intenção da Honda em mostrar que o lançamento não seria apenas uma continuidade para a linha XRE, no mercado desde 2009, mas também uma moto que dá uma cara nova para a sua linha trail.

Visual semelhante, mas conjunto diferente

Apesar da semelhança visual entre eles, seguindo um design típico da Honda para o segmento, os modelos se diferem em pontos importantes, como chassi, motor, eletrônica, câmbio e balança.

“O motor da Sahara 300 é mais forte, além de ser mais equipada que a XRE 300. A novidade possui tomada USB-C no guidão para recarga do celular, embreagem assistida e deslizante, sistema ESS (alerta de frenagem de emergência) e indicação no painel de troca de marcha. E ainda incorporou o quadro de instrumentos digital da CB 300F, mais completo que o da XRE”, observa Cristiano.

O projeto da Sahara é mais atual, baseado na CRF 250F e na CB 300F de 2015 e 2022, respectivamente, enquanto a XRE era derivada da XR 250 Tornado de 2001. Isso influencia diretamente na ciclística.

A XRE era mais voltada para uso misto, com versatilidade para passeios na cidade, aventuras na terra e em rodovias. Já a Sahara adicionou uma maior aptidão para off road, com agilidade e conforto para encarar terrenos hostis com melhor desenvoltura.

“O chassi é mais leve e entrega uma melhor ciclística, adaptando-se a todos os tipos de ambientes, incluindo o fora de estrada”, ressalta o consultor da Blokton.

O amortecedor traseiro dispõe de um ajuste de pré-carga em 7 posições, ausente na XRE. O sistema possibilita que o piloto encontre o melhor nível de amortecimento, sozinho, com garupa, ou com carga.

Motor “mais esperto” da CB Twister 300F

Mesmo os números da XRE serem um pouco superiores, a Sahara é impulsionada por um motor moderno, suave e resistente. Propulsor este emprestado da CB Twister 300F, com uma ligeira atualização, que deu ganhos de 0,5 cv na potência e 0,14 no torque em relação a Twister.

São 25,2 cv e 2,74 kgf.m de torque da Sahara, contra 25,6 cv e 2,8 kgf.m da XRE. A diferença nos números é compensada pelo comando simples no cabeçote (SOHC), que privilegia o torque em baixos giros – na XRE o comando duplo é duplo (DOHC), o que favorece o desempenho em altos giros.

Na prática, segundo o consultor, a Sahara oferece “mais força” em baixas rotações, com respostas rápidas já a partir de 2.500 rpm, dando a sensação de que o motor é mais esperto. Na XRE 300 o propulsor precisa girar mais para conseguir o mesmo comportamento.

Rafaela Foggiato
rafaela@v3com.com.br

Câmbio de seis marchas garante fôlego extra

O novo conjunto conta com a presença de um câmbio de seis marchas – na XRE eram cinco. Ele acrescenta a embreagem assistida e deslizante, tecnologia de motos de alta cilindrada. Ela impede a roda traseira de travar em reduções bruscas.

Já a ‘parte assistida’ garante um funcionamento muito mais suave da manete, tornando as viagens e deslocamentos nas cidades menos cansativos.

“O motor gerenciado por uma transmissão de seis velocidades era algo que os clientes pediam há tempos. Ter uma marcha a mais garante um fôlego maior, principalmente para rodar na estrada”, diz Cristiano Rodrigues. E também garante uma condução mais suave e a redução no consumo e na vibração do motor.

Os dois modelos praticamente se equivalem no consumo e desempenho. A média de ambas fica na casa 30 km com um litro de gasolina no ciclo cidade-estrada. O tanque tem a mesma capacidade (13,8 litros), com isso a autonomia alcança os 400 quilômetros – ideal para quem curte pegar a estrada. Na velocidade final, a Honda anuncia 129 km/h para a Sahara, ante os 130 km/h da XRE.

Sahara é uma mini Africa Twin

O visual entre ambas é parecido, no entanto a Sahara apresenta uma linguagem visual semelhante à da Africa Twin, com novas carenagens. Uma distinção chamou a atenção dos fãs da linha trail da Honda: a Sahara não traz o “bico” visto na XRE. Por sua vez, as linhas, formas, cores e materiais unem bastante as duas gerações.

A Sahara 300 manteve as três versões já usadas pela XRE. A de entrada Standard (cor cinza), a intermediária Rally (vermelho e preto) e a topo de linha Adventure (bege), que ganhou itens de série exclusivos – para-brisa mais alto e protetores de motor e carenagem, não vistos no modelo aposentado.

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