Terapia VNS usa um pequeno gerador que envia impulsos elétricos ao nervo vago, situado no pescoço. Instituto de Neurologia de Curitiba é pioneiro nesse tipo de intervenção.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 50 milhões de pessoas sofrem de epilepsia no mundo todo. No Brasil cerca de 3 milhões de pessoas têm a doença causada por descargas excessivas nos neurônios. Essa desordem cerebral pode ser tanto geneticamente determinada, quanto adquirida por meio de traumatismo, acidente vascular cerebral ou qualquer outra lesão que traumatize o cérebro.
O sintoma mais característico da epilepsia é a convulsão, consequência da perturbação das células nervosas. Apesar do grave sintoma, a maioria dos casos pode ser tratada com medicamentos.
De acordo com o Chefe da Unidade de Cirurgia de Epilepsia do Hospital INC ( Instituto de Neurologia de Curitiba), Dr Murilo Meneses, a epilepsia pode ser controlada em até 80% dos casos. “Os pacientes que não respondem aos medicamentos são submetidos a uma investigação rigorosa com exames específicos (entre eles o Vídeo Eeg – eletroencefalograma), que nos indicam se o paciente é apto a outras alternativas de tratamento, como por exemplo à micro neurocirurgia do Nervo Vago”, explica.
O INC é um dos hospitais pioneiros da Estimulação do Nervo Vago, alternativa moderna e menos invasiva adotada pelos especialistas mais qualificados da área para reduzir os sintomas da epilepsia. “A técnica consiste no implante de um eletrodo no nervo vago esquerdo que é conectado a um gerador que fica no tórax. O gerador, ou marca-passo, é regulado para enviar estímulos através do nervo vago até o cérebro, o que faz inibir as crises convulsivas. Como esse nervo fica no pescoço, não é necessária intervenção intracraniana, o que chama mais atenção dos pacientes”, explica o especialista.
A técnica, também conhecida como Terapia VNS, é realizada em centros especializados em cirurgia de epilepsia e precisa ter uma equipe qualificada com neurocirurgião, neurologistas especializados, epileptologista, neurofisiologista, neuropsicólogo, psiquiatra, entre outros profissionais como especialistas em neuroimagem, para que possa realizar o procedimento. “A neuroestimulação cerebral tem sido utilizada no mundo inteiro inclusive para outras doenças como Parkinson e doenças psiquiátricas. O método apesar de pouco conhecido no Brasil é referência nos Estados Unidos e na Europa. É uma cirurgia simples que pode reduzir em até 90% as crises convulsivas em pacientes com epilepsia, melhorando a qualidade de vida dessas pessoas”, finaliza o Dr. Murilo.
Sobre o Dr. Murilo Meneses
Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, mestrado e doutorado em Anatomia pela Université de Picardie, França, e pós-doutorado pela Mayo Clinic Fondation, EUA. Tem formação em Neurocirurgia e diploma pela Sociedade Francesa de Neurocirurgia, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Paraná e Neurocirurgião do Instituto de Neurologia de Curitiba, sendo Coordenador das Unidades de Neurocirurgia Funcional e Endovascular.