Estudo realizado durante o Mundial da Alemanha acaba de ser publicado no The New England Journal of Medicine, maior revista de impacto cientifico do planeta
A incidência de emergências cardíacas entre torcedores alemães, durante as partidas da seleção daquele país, na Copa do Mundo de 2006, cresceu 2,66 vezes. É o que revela um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, que avaliou a relação entre o estresse emocional por causa do futebol e a incidência de eventos cardiovasculares. Foram analisados 4279 pacientes que deram entrada em emergências hospitalares de Munique, em dias de jogos da Alemanha, entre 9 de junho a 9 de julho daquele ano.
Os homens são os que mais sofrem emocionalmente com as partidas. O número de eventos entre eles cresceu 3,26 vezes, comparado com as ocorrências fora do período de competição. Entre as mulheres, foram registrados 1,82 vez mais eventos. “A maior incidência média foi observada durante as primeiras duas horas após o início de cada jogo, com certeza, associada ao pico do estresse sofrido pelos torcedores”, explica o coordenador do Centro de Treinamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sergio Timerman.
Os principais eventos observados foram: infarto do miocárdio (alta de 2,49 vezes); angina (2,61 vezes mais eventos); e arritmia cardíaca (3,07 vezes mais). “Estes são números bastante preocupantes e refletem o mesmo risco para todas as nacionalidades que participam da Copa”, diz Timerman.
O cardiologista afirma que, para minimizar os riscos, medidas preventivas são necessárias e recomenda que os torcedores evitem os excessos em dias de jogos, principalmente aqueles que já têm histórico de doenças coronárias ou fatores de risco. “É importante dormir bem a noite na véspera da partida, evitar bebidas alcóolicas e comidas pesadas e gordurosas, evitar o fumo e não descuidar do regime pré-estabelecido pelo seu médico”, finaliza.