O transplante de medula óssea é um tratamento a partir da transfusão de células-tronco indicado para doenças graves que atingem as células do sangue. Atualmente, o Brasil possui o terceiro maior banco de doadores do mundo – com mais de quatro milhões de cadastros – mas a miscigenação de raças chega a ser um obstáculo para se encontrar doadores compatíveis.
O procedimento é realizado após a quimioterapia e tem o objetivo de substituir as células-tronco doentes pelas saudáveis. As células podem ser da própria pessoa (autólogo) ou de um doador com ou sem relação de parentesco (alogênico). De acordo com a Dra. Iracema Esteves Lopes, hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o transplante de medula óssea é a principal opção de cura para doenças como leucemias agudas, linfomas, anemia aplástica severa e mieloma múltiplo – enfermidades do sangue e órgãos linfáticos. “Além disso, há estudos em andamento para tratar ainda as doenças autoimunes como esclerose múltipla e doença inflamatória intestinal”, comenta.
Doação
Para realizar o cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) é preciso ter entre 18 e 55 anos e estar saudável – sem doenças graves infecciosas ativas. Para os casos de parentesco, a variação de idade pode ser mais flexível. “Todos podem ser voluntários para doar, porém, a confirmação só será possível após as avaliações de um hematologista”, explica a Dra. Iracema.
Qualidade de vida
Quando o tratamento é realizado com as próprias células-tronco da pessoa, é possível voltar à rotina de forma mais rápida. Já com o transplante de um doador, é necessária uma ausência maior das atividades diárias. “O grau de imunossupressão, ou seja, a redução da eficiência do sistema imunológico pode causar internações e visitas pós-transplante frequentes ao hospital, até que o organismo se adapte e funcione plenamente”, reforça a hematologista do Hospital São Camilo. wanessa.miranda@maquina.inf.br