A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde – ABRAIDI – esteve representada, em Buenos Aires na Argentina, em uma reunião da Coalizão Interamericana de Ética Empresarial, pelo presidente, Sérgio Rocha, e pelo diretor-executivo, Bruno Bezerra. O evento, em 24 de julho, foi organizado pela própria Coalizão Interamericana e pela Câmara Argentina de Insumos, Implantáveis e Equipamento Médico – CADIEM, que foi a anfitriã do encontro. Além da ABRAIDI e CADIEM, participam a APIS, e ADIMECH do Chile, AMID do México, Advamed dos Estados Unidos, ANDI da Colômbia, ASEDIM do Equador, ComSalud do Peru e ABIMED, ABIIS, CBDL e Instituto Ética Saúde do Brasil.
O diretor-executivo da ABRAIDI, Bruno Bezerra, fez uma apresentação inicial da Associação e ainda tratou das situações política e econômica do Brasil, em relação ao setor de dispositivos médicos implantáveis. Destacou que, em virtude das ações de capacitação em 2018 – com o programa Compliance em Ação – a associação conseguiu aumentar o número de empresas que tem algum projeto de integridade de 72% para 90%. “Assumimos o compromisso de concluir a atualização do Código de Ética ABRAIDI até abril de 2.020”, acrescentou.
O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, promoveu uma palestra com dados macroeconômicos da saúde no Brasil e informações sobre o tamanho e a representatividade da Associação. Rocha destacou que o país é um dos únicos onde as companhias de seguros compram os DMIs diretamente dos fornecedores e ainda há um discurso de que tecnologia aumenta os custos da saúde. “Pela primeira vez, um estudo da ABRAIDI constatou que os valores de DMIs praticados no Brasil caíram, nos últimos cinco anos, em ritmo semelhante aos preços praticados em outras dez nações estudadas, como Argentina, México, Colômbia, Estados Unidos, e Alemanha”.
O presidente também revelou as três importantes distorções que existem na saúde do Brasil, que somadas representaram R$ 1,17 bilhão em retenção de faturamento (fonte pagadora – plano de saúde ou hospital, após a realização de uma cirurgia previamente autorizada, não permite o faturamento dos produtos consumidos, postergando assim o pagamento), glosas praticadas, mesmo depois de procedimentos previamente autorizados e inadimplência. As perdas chegaram a 55% do faturamento das empresas e são ainda maiores do que o índice apurado, em 2017, que foi de 42%, em pesquisa semelhante.
No encontro, a Coalizão Interamericana anunciou que todas as entidades membro têm um código de ética e conduta, considerada uma das conquistas mais significativas, desde a sua fundação. Bruno Bezerra sugeriu que é preciso investir mais em treinamento e suporte para que as empresas desenvolvam os seus programas de compliance, principalmente as pequenas e médias. “Precisamos também aprofundar a colaboração entre fabricantes e distribuidores, fortalecer e adotar ações para o cumprimento dos códigos, adotar ações de valorização das empresas que trabalham de forma ética e transparente, transformar o compliance em métrica de desempenho e expandir a discussão das más condutas do mercado para outros players, como hospitais, prestadoras de saúde e profissionais da saúde”, finalizou.