Moramos em um país tropical, o que favorece de certa maneira o desenvolvimento da acne, uma vez que ela tem relação com a oleosidade – que é estimulada pelo calor. Algumas pessoas já observaram, no entanto, que a acne não é algo específico da pele do rosto: ela também pode aparecer nas costas, nos glúteos, na região do peitoral e, também, no couro cabeludo. “A acne no couro cabeludo refere-se a espinhas espalhadas por toda a região, enquanto a foliculite se refere a infecções ou inflamação ao redor dos folículos capilares. A acne ‘capilar’ é tipicamente vista com mais frequência em pessoas que também têm acne facial”, explica a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para quem está experimentando o problema, antes de surtar, aqui vai um guia do que você pode ou não fazer para evitar e tratar o problema:
O que é acne no couro cabeludo?
Todos sabemos como são as espinhas, mas agora imagine isso ao redor da linha do cabelo ou espalhado por seu couro cabeludo. A acne do couro cabeludo ocorre pela inflamação das glândulas sebáceas e derme, na região do couro cabeludo. Mas isso não deve ser confundido com dermatite seborreica (geralmente devido a oleosidade em excesso no couro cabeludo combinado com pele inflamada que causa grandes flocos de pele) ou cistos pilares (cheios de queratina). “Procure sempre um médico para o diagnóstico correto, pois pode ser algo mais sério do que uma espinha típica”, explica a médica. “Se você está preocupado que sua caspa definitivamente esteja causando espinhas, não existe um link específico entre as duas. No entanto, pacientes com caspa tendem a ter superprodução de óleo e atividade sebácea no couro cabeludo. Então, eles também podem ser mais propensos a desenvolver acne”, afirma a médica.
Por que elas surgem?
Assim como a acne facial, há várias razões pelas quais a acne aparece no seu couro cabeludo: estresse, desequilíbrio hormonal, certos alimentos e respostas imunes anormais podem ser fatores contribuintes. “Geralmente, produtos à base de óleo, como pomadas pesadas, podem causar obstrução dos poros ou glândulas, o que torna ainda mais importante lavar (e modelar) o cabelo com os produtos certos”, afirma a tricologista. “Pacientes com pele mais oleosa (ou couro cabeludo) podem estar mais predispostos a desenvolver acne ou espinhas no couro cabeludo porque a atividade extra da glândula sebácea que produz o óleo também suporta um ambiente que promove o crescimento bacteriano – especialmente propionibacterium acnes (bactéria da acne) e outras formas de bactérias como estafilococos e estreptococos”, diz a médica.
O que você não deve fazer se tiver uma espinha no couro cabeludo?
Nunca é uma boa ideia apertar ou estourar uma espinha no couro cabeludo (ou em qualquer outro lugar), a menos que seja realizada em um ambiente médico com técnicas e produtos para prevenir traumas ou infecções contínuas da pele, explica a Dra. Kédima. “Em muitos casos, a pressão desses comportamentos faz com que a infecção e a inflamação da espinha se aprofundem na pele, o que pode prolongar o curso da lesão”. Em última análise, isso pode levar a mais cicatrizes na pele e perda de cabelo. Moral da história? Tire as mãos daí.
O que você pode fazer para tratar a acne no couro cabeludo?
Primeiro passo é consultar um médico dermatologista ou tricologista. “Ele vai indicar a rotina de lavagem, com xampus medicamentosos formulados com ingredientes antibacterianos, como enxofre e ácido salicílico. É melhor ensaboar e deixar o shampoo anti-inflamatório descansar por três minutos antes de enxaguar para obter o melhor efeito”, diz a médica. Há ainda outras opções tópicas, como clindamicina tópica, eritromicina, peróxido de benzoíla e ácido salicílico. “Para casos mais graves, são prescritos antibióticos orais ou retinoides orais”, diz a médica.
O que você pode fazer para prevenir a acne no couro cabeludo?
Apesar da falta de informações sobre acne no couro cabeludo na rede mundial de computadores, a condição não é incomum. “Ajudar a evitar o acúmulo de óleo e descamação pode ser extremamente útil, então vale a pena controlar o estresse e se alimentar adequadamente, evitando certos gatilhos que podem aumentar a produção de óleo no couro cabeludo e no rosto”, explica. “O shampoo de cetoconazol também é uma boa opção”, finaliza a médica.
DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. www.kedimanassif.com.br
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