Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – lança novo site para população e irá intensificar ações de alerta e informações multiprofissionais nas mídias sociais para que a redução continue constante
O Brasil é destaque em publicação científica que compara as mortes por doenças cardiovasculares nos últimos 25 anos entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Pelo estudo publicado na recente edição da Circulation, uma das mais importantes revistas médicas mundiais, embora tenha havido reduções na mortalidade por doenças cardiovasculares nos países do BRIC, eles ficaram atrás dos Estados Unidos. A “notável exceção é do Brasil”, expressão utilizada pelos autores da publicação, que registrou rápida redução na mortalidade por doença cardiovascular em todas as faixas etárias.
Para o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, João Fernando Monteiro Ferreira, uma notícia tão positiva não pode passar desapercebida pela relevância e também pela necessidade de nos mantermos vigilantes em relação à doença cardiovascular. “Na pandemia de Coronavírus, a DCV tem mostrado como debilita o organismo e o deixa muito mais fragilizado para o Covid-19, assim como tantos outros vírus e infecções”, completa.
Os autores do artigo publicado na Circulation lembram que o Brasil teve o maior desempenho, entre os demais, em todas as categorias de mortalidade por doença cardiovascular e projetam que o país deve cumprir as metas estabelecidas pelas Nações Unidas de reduzir em 25% a mortalidade pelas DCVs até o ano de 2.025. A conclusão é que o investimento em saúde no país, com maior atenção aos cuidados primários, como o programa multidisciplinar Saúde da Família com prevenção ampliada e atendimento integrado, citado como exemplo, tenha sido um fator importante. Outro ponto de destaque foi o controle do tabagismo, que propiciou uma diminuição do número de fumantes de 35% para 17%, em 20 anos (de 1989 a 2009). “Apesar desses ganhos, uma população em rápido envelhecimento, crescente obesidade e declínio na dieta saudável e atividade física sugerem pouco espaço para complacência”, completam os autores.
“Temos investido em ações voltadas para a população, como o lançamento de um novo site completamente reformulado que tem informações de alerta para o excesso de peso e a obesidade, para a importância de uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos. Não podemos achar que vencemos a guerra. Por enquanto, foi uma batalha importante, mas precisamos seguir em frente no combate das doenças cardiovasculares”, alerta o presidente da SOCESP.
O novo site da entidade (www.socesp.org.br/publico) conta com a participação e o suporte, além de médicos cardiologistas, de uma enorme equipe de nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos. “Os departamentos multiprofissionais fazem parte do DNA da SOCESP e não há como vencermos essa luta sem a união de todos. O Covid-19 veio para mostrar a importância do coletivo ao mundo”, completa Monteiro Ferreira. As publicações da SOCESP também contemplam uma forte atuação em mídias sociais com posts diários no Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin, além de podcasts em diversas plataformas.
O presidente da SOCESP alerta para os próximos meses, que existe a real possibilidade de dificuldades no tratamento das pessoas com DCV pelo afrouxamento das atividades de prevenção e piora do controle dos fatores de risco (hipertensão, colesterol elevado, diabetes, entre outros) pela redução dos atendimentos ambulatoriais e realização de exames. “As restrições ao acesso aos serviços de emergência somadas a ocupação prioritária de leitos de UTI e internação para os doentes com o Covid-19 também poderão prejudicar o atendimento adequado de pacientes com evento cardiovascular agudo, como o infarto e o acidente vascular cerebral”, ressalta o cardiologista. “Não podemos baixar a guarda no cuidado dos pacientes cardiopatas, principalmente os que apresentem eventos agudos”, completa.
No Brasil, as doenças cardiovasculares continuam matando mais que câncer, doenças respiratórias e mortes violentas, tanto entre homens como em mulheres. São 400 mil óbitos todos os anos.