Homenagem sem festa / Por João Carlos da Costa*

Um momento novo e totalmente diferente de outros tempos. Acredito que desde quando o Dia do Trabalhador foi instituído, em 1.º de maio de 1886, quando trabalhadores  em Chicago, nos Estados Unidos, resolveram fazer uma paralisação para reivindicar condições mais humanas e da redução das horas de trabalho, que eram excessivas, em média 13 horas, com baixos salários. A maioria dos países adotou a data do dia 1º de maio como homenagem a todos os trabalhadores do mundo. Acredito que, desde então, é a primeira vez que não haverá as comemorações mundiais costumeiras, com as festas e homenagens merecidas, por conta do isolamento social necessário para evitar aglomerações e coibir a disseminação do coronavírus.  Quem sabe, um dia só para ser lembrado e quiçá, riscado do calendário, mas que, de qualquer forma ficará na história pelo sacrifício dos inúmeros trabalhadores dos setores essenciais, em especial os da saúde que, valorosamente, têm colocado as suas vidas e a dos seus familiares em perigo, muitos inclusive morreram, em detrimento de outras vidas humanas contaminadas por este grande mal do século. Uma doença que não discrimina ninguém. Afeta qualquer pessoa sem se importar com o seu status social, econômico, tampouco a cor, raça, defeito ou virtude, apesar de as pessoas idosas serem consideradas as mais vulneráveis, não pela idade em si, mas por estarem geralmente fragilizadas por doenças preexistentes e, por isso, uma pena de isolamento maior. 

No entanto, em que pesem os infortúnios, para alguns trabalhadores ainda poderá ser um dia de alegria e agradecimento, mesmo que de forma comedida, principalmente para os que estavam inseridos entre os mais de 12 milhões de desempregados brasileiros e que depois de algum tempo conseguiram vaga e assim puderam garantir o sustento das suas famílias. Também para aqueles que conseguiram o primeiro emprego com carteira assinada e para os que, mesmo diante de todas as crises e situações adversas conseguem de forma honrada garantir a sobrevivência sua e dos seus próximos com resiliência e muito suor no rosto.

Sim. Será um dia muito diferente e que seja festivo pela recuperação de um ente querido, pelo recomeço de uma nova vida com muito vigor e esperança. E que seja também muito abençoado aos que buscam melhores e mais oportunidades. Deus ilumine e abençoe e abrace todos  os trabalhadores e trabalhadoras pelo seu dia.  E que venham  dias melhores!

João Carlos da Costa é Policial Civil, Professor de Ciências Exatas, Bel. Químico e Advogado. Contatos – joaocarlosdacosta.adv@gmail.com F. 99967-3295.  joaocarlosdacosta.adv@gmail.com