Mulheres no mercado de trabalho e no âmbito familiar: a potência feminina.

(*) Por Lydia  Luyza Gandolfi Cardoso

“Por trás de toda mulher bem-sucedida, existe ela mesma!”

O papel da mulher, ao longo da história, foi definido pela sociedade como secundário, na qual prevalecia uma ideologia machista. Foram vários séculos de lutas para conseguirmos dar início às transformações e conquistas que as mulheres sonhavam. Antigamente, o risco de vida de mulheres/homens eram diferentes, a mulher que ficava em casa, com os afazeres domésticos e o homem saia para trabalhar fora.

A “boa esposa” era a mulher que cuidava bem de sua casa e dos filhos do seu marido. A partir da segunda guerra mundial, momento onde o mundo parou e realmente mudou, a realidade de muitas dessas mulheres foi transformada; elas viram-se obrigadas a mudar de atitude, a assumir o comando de casa, dos negócios e da família. E assim começou a nossa revolução, e foi mundial! A partir desses fatos, foram surgindo necessidades diferentes, a mulher saiu de casa para o trabalho e para ajudar complementar a renda familiar. Depois, com a revolução capitalista, as mulheres começaram a assumir cargos em indústrias, acompanhando o avanço tecnológico e, trabalhando,  por exemplo, na produção e no manuseio das máquinas.

Lydia  Luyza Gandolfi Cardoso

 

O momento mágico, que esperamos por décadas, e que agora temos a oportunidade de seguir batalhando por ele, é fruto da luta de milhares delas que vieram antes de nós. Muitas mães, avós e tias, que incorporam o espírito guerreiro e feminino e que gritaram primeiro: “Ei, alto lá, estamos aqui!”.

Reitere-se que nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.

Alguns dados relevantes e embasados, em 2007, demonstram que a população brasileira chegou a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres, hoje o Brasil tem 6,3 milhões de mulheres a mais que homens, e somos quase 105 milhões, enquanto eles somam 98,5 milhões, segundo pesquisa do IBGE.

A conta não fecha! Se somos maioria, porque ainda sofremos tanto com o machismo no mercado de trabalho, tanto no âmbito familiar quanto fora dele? O machismo no mercado de trabalho é um assunto que deveria ser abordado sempre. A desigualdade de gênero acontece o tempo todo, principalmente em áreas onde mais homens laboram.  Além de ser um assunto que precisamos debater, o machismo no mercado de trabalho é algo que precisamos combater diariamente. O segredo está na palavra COMBATER.

Começando com o trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, nossa atuação não é contabilizada pelo nosso sistema estatístico e não possui valorização social, o que é inaceitável. A dona de casa, trabalha até o dobro do que o homem que sai trabalhar as 7h e retorna as 18h. Em especial, as mães, essas tem trabalho integral e, o mínimo de valorização. Inaceitável!

Você homem, que está lendo esta análise e tomando seu café e, (para alguns, ainda que minoria) provavelmente, chamando de “mimimi”; pergunte hoje para sua esposa, sua mãe, sua irmã ou para sua filha, quantas vezes na vida ela se sentiu ameaçada, ofendida, assediada ou lesada por um homem. É importante mantermos o diálogo sobre o assunto desta forma mais próxima, para que possamos exercer nosso papel perante a sociedade. Entender melhor o lado de uma das mulheres que sofreram machismo no mercado de trabalho, em casa, nas ruas, nos bares, na rua!

Machismo não se atura, não se respeita, e sim, se combate! Atualmente, as mulheres possuem muito mais voz que em tempos passados, o que nos permite estudar, conhecer, debater assuntos sociais de políticas públicas que possam nos auxiliar. Mas, ainda temos muito a fazer. Principalmente porque o empoderamento feminino não chega a muitos lugares. Infelizmente! Onde o empoderamento feminino não chegar, seja uma intermediadora. Leve a nossa voz para outros lugares, principalmente em comunidades carentes.

Formas que você pode apoiar a causa:

– Denuncie casos de abuso psicológico e assédio;

– Tenha empatia com outras mulheres, exercite a sororidade;

– Converse com outras mulheres e ouça suas dúvidas, medos e lutas individuais;

– Apoie mulheres empreendedoras e caso seja uma, opte por dar lugar a presença feminina nas vagas disponíveis, ofereça oportunidade!

– Caso faça parte de uma comunidade carente, fale sobre feminismo, sobre a luta da mulher, dê voz às novas gerações!

– Apoie o trabalho de outras mulheres;

– Não julgue a presença feminina no mercado de trabalho;

– Valorize a mulher dona de casa, tudo que ela faz para que você chegue do trabalho e possa dormir tranquilo;

– Crie sua filha, de forma que ela saiba que o mundo está repleto de possibilidades para ela, desde que  batalhe e lute por seus sonhos, não diminuam as filhas de vocês.

Onde uma mulher chora, todas sofremos também! Não basta resistir, tem que florescer.

Nós somos uma potência de força incalculável. Unano-mos sempre e estejamos juntas!

(*) LYDIA LUYZA GANDOLFI CARDOSO, acadêmica de Direito em Curitiba, atua na área do marketing digital.

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