(*) Cristiano Caveião
Durante muito tempo a área da Saúde sempre trouxe rápidas modificações e ampliações no segmento de gestão. Ainda mais aliada à situação pandêmica em que vivemos, a necessidade de novas alianças e parcerias faz com que os líderes apresentem uma maior agilidade e adaptação em todos esses processos. Com isso os hospitais e os sistemas de Saúde tornam-se redes mais sustentáveis possíveis.
Os líderes precisam aprender a se afastar do “especialista individual”, um modelo muito comum nos sistemas de Saúde atuais, para passarem a exercer a liderança por meio de um modelo utilizando as equipes, as funções e as profissões. Ou seja, utilizar grupos colaborativos que serão capazes de integrar o conhecimento em todo o sistema, bem como antecipar e resolver desafios. Para isso acontecer, como descreve o CCL (Center for Creative Leadership), são necessárias seis capacidades organizacionais:
- Equipes colaborativas de atendimento ao paciente: envolve todo o time por meio de um ambiente com suporte para a agilidade de aprendizagem e adaptação às mudanças. A resolução de problemas e a tomada de decisão é de todos os membros.
- Gestão de recursos: necessidade de os serviços focarem nos pacientes e os profissionais de Saúde terem mentalidade empresarial, mantendo o atendimento ao paciente em primeiro lugar.
- Transformação de talentos: contratar, identificar e reter o talento da liderança, ele é necessário para criar e implementar as soluções diante da mudança rápida e evolutiva.
- Expansão das fronteiras: a extensão da rede estrategicamente com soluções rápidas e inovadoras, sempre pautada em uma mudança sustentável.
- Capacidade de complexidade, inovação e mudança: os desafios não podem ser resolvidos individualmente, a verdadeira inovação tem origem na colaboração entre todos os departamentos internos e os setores externos que estão ligados à organização.
- Envolvimento e bem-estar dos colaboradores: eles precisam estar envolvidos com a organização, sempre ligando a saúde e o bem-estar organizacional com propósito e responsabilidade. Aqui inclui um incentivo ao equilíbrio saudável entre trabalho e vida.
O modelo de liderança colaborativa baseada nessas capacidades faz com que a organização possa atingir as suas metas organizacionais e adaptar-se às incertezas do mercado. É uma alavanca extremamente poderosa para a transformação e sustentabilidade de uma organização em Saúde. Ao fortalecermos os líderes coletivamente a resolução dos problemas mais intratáveis e resistentes ganham nova direções para a solução.
A liderança colaborativa possui o poder de transformar as organizações de Saúde, melhorando o sistema de hoje para o futuro e trazendo muitos benefícios aos colaboradores e usuários do serviço. Contudo, claro, essa é uma nova cultura que precisa ser instaurada para uma real mudança estratégica.
(*) Cristiano Caveião é doutor em Enfermagem e coordenador da área da Saúde do Centro Universitário Internacional UNINTER