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Rapper DurangoKid se inspira em livro satírico do período da Peste Bubônica para refletir o Brasil pandêmico em disco

Rapper conhecido pelo grupo Gotam Cru e os Curingas, DurangoKid faz uma ponte entre o Brasil de 2021 e a Europa de Giovanni Boccaccio e seu livro “Decamerão” (1353) no álbum conceitual “DKMERON – Delírios Distópicos”. Disponível em todas as plataformas de música digital, o disco vai do rap e trap ao funk e reggaeton para unir ironia e política em versos sobre uma sociedade em colapso.

Ouça “DKMERON – Delírios Distópicos”: https://ditto.fm/dkmeron-delirios-distopicos

Embora tenha uma inspiração inesperada, o álbum faz uma ponte lírica e musical com os tempos atuais. “O livro foi escrito durante a peste bubônica na Europa e contesta valores da moral medieval da época, nada mais parecido com o Brasil que vivemos. O subtítulo, Delírios Distópicos, foi uma forma de recortar e aproximar o foco que eu queria trazer pro disco, poeticamente, tipo, a música foi refúgio pra muitos nesses tempos, e eu quis trazer isso pro álbum, fazer músicas que as pessoas possam ouvir pra superar, de diversas formas tudo isso que vivemos”, reflete o artista, cujas rimas dialogam com a batida forte e grave e com as melodias de influências latinas.

O novo trabalho virá para coroar uma trajetória que já chama atenção no cenário do rap fluminense. Natural de Petrópolis e atuante no meio musical desde 2004, o rapper ganhou projeção em batalhas de destaque regional e nacional. Agora, DurangoKid se une ao pianista e arranjador Guimo Mota em seu trabalho mais ousado até hoje. A abordagem instrumental e de beats foi totalmente repaginada e o conteúdo das letras vai de momentos egocêntricos e sensuais como o primeiro single “LiriCanalha”, as dualidades da cidade onde vive como em “Flow Petrópolis” até questões que refletem os tempos atuais em um conceito social, cultural e político. 

Ouça “Liricanalha”: https://smarturl.it/LiricanalhaSingle

Assista ao clipe “Flow Petrópolis”: https://youtu.be/ugi0ofe0OWo

O pontapé inicial veio em maio de 2020, em meio ao isolamento provocado pela pandemia de Covid-19. Influenciado por beatmakers da atualidade, mas sem perder as referências de décadas passadas, Durango compôs as letras sobre os temas instrumentais criados por Guimo, uma parceria que já dava certo na direção artística do Gotam Cru e os Curingas. 

“Depois de 8 anos com a Gotam CRU, já tinha tempo que eu sentia necessidade de me dedicar a um trabalho mais voltado pro rap, e com a chegada da  pandemia, quarentena e todos os problemas agravados, essa necessidade se tornou urgência máxima. Isso foi em maio de 2020, quando eu procurei meu parceiro Guimo Mota e apresentei a ideia de um disco, de rap, mas com cara de 2020, 2021”, reflete Durango.

O momento casou com o retorno ao Brasil do produtor musical Pigmalião após alguns anos na Europa onde desenvolvia os próprios selos. A amizade de décadas foi fortalecida por uma parceria – “Vem Vai”, ainda com Gotam CRU – em 2018, durante uma visita de Pigmalião ao Brasil, e agora com a sua volta definitiva, Durango, Guimo e o experiente produtor uniram forças na construção do que viria a ser “DKMERON – Delírios Distópicos”.

“Desde o início ficou escancarada a sintonia intensa entre ele e Guimo, então a gente já vinha ensaiando umas produções, mesmo de longe. Naturalmente chamei o Pigma pra produzir o disco com a gente, por todo o conhecimento dele das timbragens que eu queria alcançar nas músicas”, explica Durango. O primeiro passo veio com o single “LiriCanalha”, uma track que foge a tudo o que o artista já havia lançado até o momento. “A contribuição do Pigmalião foi decisiva, tanto em arranjos e edições como colaborando comigo nas sessões de gravação, me orientando e acompanhando da mesa todo o processo. Na mixagem do álbum foi em camadas, primeiro preparamos as bases pra que eu pudesse escrever já na pressão mesmo, depois fomos ajustando junto com as vozes já gravadas, e o Pigma que comandou tudo, eu ficava ali do lado sacando e ele cozinhando, inspirado. Considero esse trabalho, uma obra de 3 almas, Guimo, Pigma e eu, lapidada por muitas outras”, resume. 

O disco, como o livro, traz as ebulições humanas em meio a um contexto complexo de situações de risco, confinamento e alteração de perspectivas sociais, abordadas de forma descontraída e ácida, características que o rap tem por essência. A primeira encarnação de “DKMERON – Delírios Distópicos” foi apresentada na live “Prólogo DKMERON – Uma Epifania Digital”, onde DurangoKid mostrou canções inéditas e destaques da sua discografia. 

Assista a “Prólogo DKMERON – Uma Epifania Digital #CulturaOresenteNasRedes DurangoKid a.k.a. LiriCanalha”: https://youtu.be/nyA49If_-Es 

Realizado com apoio da Lei Aldir Blanc do município de Petrópolis (RJ), álbum tem mixagem de Pigmalião, DJ e produtor do selo Frente Bolivarista, e masterização do produtor Darrel Bell, do QS SoundLab, na Holanda, e chega às principais plataformas. 

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