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Apex-Brasil mapeia 13 mercados internacionais com alto potencial para exportações brasileiras


 

Países que apresentam boas oportunidades de negócios para o país somaram US$ 21,6 bi em importações em 2020. Segmentos ligados ao agronegócio são os mais demandados

As empresas brasileiras interessadas em ampliar os seus negócios para o mercado internacional agora têm mais algumas ferramentas para detectar onde há demanda e elementos facilitadores para cada segmento.  A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com entidades setoriais e a Euromonitor International, serviço de consultoria que oferece inteligência estratégica customizada, realizou 15 estudos de oportunidades de mercado – 13 sobre setores de exportação de bens e dois de serviços.

Os dados concentram-se em mercados com alto potencial para as exportações brasileiras, mas que atualmente ainda representam pequenas fatias. Por exemplo, os levantamentos com foco em exportação de bens abrangem mercados que somaram cerca de US$ 21,6 bilhões em importações em 2020. E, desse montante, os produtos brasileiros representam cerca de US$ 325,6 milhões, ou seja, apenas 1,5%.

Entre os locais identificados, três são sul-americanos (Chile, Colômbia e Paraguai); três norte-americanos (Estados Unidos, Canadá e México); dois europeus (Alemanha e Reino Unido); dois no Oriente Médio (Emirados Árabes Unidos e Turquia); mais dois asiáticos (China e Japão), além da Austrália, na Oceania.

O agronegócio se destaca entre os segmentos estratégicos identificados: seis dos 15 estudos estão ligados à cadeia agropecuária. A Austrália, por exemplo, foi apontada como mercado promissor para empresas brasileiras do ramo de máquinas e equipamentos agrícolas.  Já a China é mercado promissor para o Brasil exportar melões, fruta predileta dos chineses. O consumo total de frutas tropicais na China alcançou 113 milhões de toneladas em 2020 e deve crescer 16,8% em 2021. Na Alemanha, o crescente interesse por alimentos, além de bebidas saudáveis e funcionais abre oportunidades em concentrados proteicos, farinhas de frutas, hortaliças, polpas de frutas e vegetais brasileiros.

O estudo da Apex-Brasil revelou que a exportação de castanha de caju via Emirados Árabes pode ser uma porta de entrada para os países vizinhos, e orienta exportadores brasileiros do produto a mirar o Ramadã, em abril de 2022, mês considerado sagrado para a cultura islâmica, quando o consumo de oleaginosas dispara.

Na Turquia, há oportunidades para pequenas e médias empresas que produzem feijão e pulses, sementes secas de leguminosas utilizadas na alimentação, tais como ervilhas, grão-de-bico, lentilhas, favas, vagens, e sementes de gergelim.  A despeito de ser um produtor importante de gergelim e feijão, o país ainda depende de importações para abastecer o mercado interno. A Turquia importou mais de US$ 850 milhões em pulses em 2020, contra US$683 milhões em 2017, um crescimento de cerca de 24%. O produto mais importado em 2020 foi a lentilha, representando cerca de 40% do total de importações turcas de pulses e gergelim no ano.

Setores de manufaturados também podem beneficiar-se do crescimento global do agronegócio. Isso porque as indústrias de carne e de serviços de alimentação dependem do transporte e do armazenamento de alimentos congelados. No Paraguai, por exemplo, cuja economia baseia-se fortemente na produção agrícola para exportação, existe oportunidade para produtos brasileiros de refrigeração industrial e comercial.

Agronegócio
O Brasil alcançou 150 mercados externos para produtos agropecuários desde 2019, sendo 74 nas Américas, 57 na Ásia, 18 na África e um na Oceania.  Inclusive, o agronegócio brasileiro tem sido o setor de maior destaque no mercado internacional em meio ao cenário de crise provocado pela pandemia de Covid-19.

Em 2020, o segmento foi o único a crescer, garantindo o superávit da balança comercial brasileira. O Brasil registrou superávit de R$ 50,4 bilhões, faturamento 43% maior do que o de 2019, conforme apontam dados do Comexstat. A agropecuária teve crescimento de 5% nas exportações, que somaram mais de R$ 45 bilhões no último ano – enquanto os setores extrativistas e de indústria de transformação tiveram retração nas exportações.

Em 2021, o agronegócio representa 21,8% das exportações totais brasileiras. Segundo o Comexstat, de janeiro a agosto, as exportações da agropecuária somaram US$ 41,2 mi, um crescimento de 22,2%.

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