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Black Friday: promoções e fraudes lado a lado

Armando Kolbe Junior (*)

A chegada do mês de novembro nos remete a Black Friday, período de grande liquidação no varejo e que este ano vai acontecer no dia 26 de novembro, podendo ser ampliada para uma semana inteira. Com este evento, que chegou ao Brasil em 2010 e traz grandes expectativas para o setor varejista, também vem junto as possibilidades de golpes e fraudes.

Estimativa da ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude, indica que as práticas de fraude devem crescer 52% na Black Friday de 2021. Pessoas mal-intencionadas estão à espreita e utilizam descontos para aplicar os mais variados golpes. Por isso, é muito importante verificar criteriosamente o valor e pagamento de suas compras e também os preços dos produtos antes do início das promoções de novembro para você não cair na chamada “black fraude”.

Como fazer para evitar os golpes e fraudes? Tenha cuidado com as mensagens que chegam nos e-mails ou redes sociais se passando por grandes redes e induzindo a cessão dos dados pessoais. Cheque o perfil oficial da loja ou marca, e também o site, para não cair numa página falsa. Desconfie de endereços eletrônicos que venham com link sugerindo que o acesso. É sempre bom consultar o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) que mantem uma lista de sites não confiáveis. Uma dica tecnológica para identificar lojas falsas é observar se o navegador identifica o site como seguro, onde o endereço deve vir acompanhado da letra S ao final das letras “HTTPS” (e não somente “HTTP”). Clicando no cadeado, o navegador atesta a segurança da página.

A Black Friday costuma também anunciar promoções imperdíveis, como uma passagem para aquele paraíso por R$ 20, smartphones por R$ 100. Devemos desconfiar quando a oferta for muito menor do que do mercado, principalmente em eletrônicos que normalmente são um chamariz da Black Friday. Normalmente nos golpes os preços são agressivos bem abaixo da média a ponto de atiçar a tentação e fazer com que o usuário facilite e não preste atenção nos sinais de alerta. Utilize ferramentas de comparação de preços, onde pode-se comparar preços do produto que lhe interessa e ver se condizem com a realidade.

Redes de Wi-Fi em espaços públicos são úteis para que possamos acessar a Internet em caso de necessidade para uso trivial. Entretanto, devem ser evitadas quando você está mexendo com dinheiro e seus dados pessoais, como o login e senha, para pagamento de qualquer produto pela Internet usando Wi-Fi pública. Criminosos podem ficar à espreita monitorando o tráfego de quem acessa essas redes. Ao realizar compras na Black Friday, em lugares públicos, utilize a conexão de dados do celular.

Prefira sempre utilizar cartão de crédito para pagamento das suas compras. Além de ser mais prático, o cartão é mais seguro, pois podemos cancelar a despesa e recorrer à sua operadora para escapar dos prejuízos se ocorrerem problemas com o estabelecimento no caso de ter sido vítima de um golpe. Utilize cartões virtuais em suas compras. Outra dica é habilitar os serviços e recursos como alertas e notificações em tempo real quando seu cartão é utilizado, ou quando determinada valor do seu limite é atingida. Pagamentos via boleto bancário não são tão seguros, pois sites falsos podem gerar boletos que se pagos não há como identificar os criminosos para recuperar o prejuízo.

Fique atento também ao solicitarem confirmação de dados por telefones e nunca passe suas senhas. Se desconfiar melhor desligar o telefone e acessar a página oficial da empresa e ligue você mesmo para o SAC.

Hoje já existem ferramentas importantes que permitem investigar a reputação de uma loja ou estabelecimento. Dois exemplos de sites que podem ser consultados em períodos de grandes promoções são o consumidor.gov.br e o reclameaqui.com.br. Conhecer a reputação e a postura da loja faz com que você conheça o atendimento no caso de problemas e os casos recorrentes na atuação da loja, como com trocas, descontos ou na entrega que demora.

Outro problema são sites de lojas falsas, que nem precisam imitar as lojas verdadeiras, onde criminosos criam uma loja virtual com site, nome e logotipo próprios. Usam preços e promoções agressivas, buscando atrair compradores para interceptar dados pessoais, além de obter dinheiro com boletos e transferências bancárias.

Lembre-se de fazer capturas de tela de todos os passos da sua interação com uma loja. Assim você documenta o produto, utilizando as imagens como uma evidência, caso ocorram problemas. Isso tudo servirá caso precise contestar uma cobrança indevida ou alguma irregularidade na forma como um site apresenta uma oferta como um valor, prazo ou forma de pagamento.

Com todos os cuidados checados em cada etapa e a compra de fato valer a pena aproveite a Black Friday e tenha uma experiência positiva.

 

*Armando Kolbe Júnior é Coordenador do Curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional UNINTER

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