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O 5G vai mudar as nossas vidas

Armando Kolbe Junior (*)

A tecnologia 5G terá velocidade para baixar informações até 100 vezes mais rápida que o 4G. A latência, tempo que um pacote de dados demora a ser transferido de um ponto a outro, era de 60-98 milissegundos no 4G e no 5G ela será reduzida para menos de 1 milissegundo.

Para ilustrar essa questão, é só lembrarmos quando um repórter está numa transmissão “ao vivo”, comentando sobre alguma notícia, a comunicação entre as partes demora em torno de 3 a 5 segundos para ser estabelecida, provocando o famoso delay (atraso). Com o 5G isso não ocorrerá mais porque a comunicação será instantânea.

Alguém deve estar pensando: com o 5G teremos downloads mais rápidos, ou seja, poderemos “baixar” filmes muito mais rapidamente? Com certeza poderemos sim. Mas não é somente isso. A vinda da tecnologia 5G vai ser um marco para um futuro bem próximo, onde “tudo” estará conectado.

Quando falamos de “tudo”, é tudo mesmo. Teremos a possibilidade de sensores inteligentes detectar vazamentos de água, possíveis problemas elétricos, presença de mofo em nossas residências. Poderemos viabilizar procedimentos médicos a distância, fazer download de games e vídeos em altíssima qualidade e até monitoramento de todo o tráfego em tempo real, além de inúmeras outras funcionalidades que poderão ocorrer com o uso de sensores que se comunicam utilizando a rede 5G.

Cada vez mais cresce a produção de chips e modens que atuam diretamente com a Internet das Coisas (IoT). Carros autômatos, rastreamento de frotas de veículos, automação industrial, monitoramento de segurança, ou seja, um número gigantesco de dispositivos conectados que podem fazer serviços instantâneos.

As smart cities, cidades inteligentes, terão uma grande quantidade de aparelhos conectados e poderão oferecer serviços diferenciados e conectados como novos modais de transporte, prédios e outras construções, além de sinalizações e até outdoors, tendo acesso muito rápido aos dados e informações que auxiliarão na administração das cidades.

Devemos ficar muito atentos, pois uma coisa é certa, com a chegada das redes 5G teremos impactos altamente positivos em todos os setores da econômica brasileira, gerando novos negócios e oportunidades, pois cada vez mais as pessoas e organizações estarão mais conectados, informados, buscando cada vez mais modelos de negócios diferenciados.

Logicamente ainda não temos estrutura, redes preparadas ou pensadas para isso, sobretudo porque o nosso país tem dimensões continentais. Devemos lembrar também que o 2G foi projetado para voz, o 3G para dados e o 4G para aplicações de grande fluxo de dados, streaming de música e vídeo. Já o 5G tem que ser muito mais eficiente para conseguir contemplar não somente o fluxo de uma enorme quantidade de dados, mas de um gigantesco número de dispositivos conectados, além de ser a primeira rede projetada para que seja escalável, versátil e eficiente em termos de consumo energético. Cada aparelho e rede criados com base na IoT fará uso unicamente do que for necessário e quando for necessário, na medida exata.

O Brasil realizou entre os dias 4 e 5 de novembro a abertura das propostas das empresas que participaram do leilão 5G. Seis novas operadoras de telefonia celular agora têm direito de operar as faixas de frequência de 700 MHz, 3,5 GHz, 2,3 GHz e 26 GHz a prestar serviços de internet móvel no Brasil. A Winity, por exemplo, poderá oferecer serviços de forma nacional e a Brisanet, Consórcio 5G Sul, Cloud2U, Fly Link e Neko, poderão oferecer internet 5G em algumas regiões específicas.

Entre as propostas, a maior foi feita pela Winity, que pagou R$ 1,4 bilhão pelo lote nacional na faixa de 700 MHz. A Brisanet, por sua vez, dispendeu R$ 1,2 bilhão pelo lote referente à faixa de 3,5 GHz que diz respeito a região Nordeste do país. A Claro foi a empresa que mais gastou em todo o leilão – mais de R$ 1,7 bilhão por nove lotes. Devemos alertar que esses valores não levam em consideração os compromissos de investimentos, mas apenas as outorgas. Os compromissos, no geral, movimentaram R$ 46,8 bilhões.

De acordo com dados da Conexis Brasil Digital, uma entidade que reúne as empresas de telecomunicação e conectividade que atuam em nosso país, infelizmente, somente 7 das 27 capitais estão totalmente preparadas para a tecnologia 5G. Entretanto, nos termos do edital, estão previstas obrigações para as empresas vencedoras do leilão para que promovam investimentos na cobertura das 26 capitais e do Distrito Federal e deverá atender as cidades brasileiras com 50 mil habitantes até 2028.

Entre as diversas vantagens da rede 5G temos a altíssima rapidez na taxa de transferência de dados, grande volume de dispositivos conectados, mais segurança do que as redes atuais, baixa resposta dos servidores, uso mais eficiente de baterias utilizadas nos dispositivos e ser ubíqua, mantendo a qualidade em qualquer lugar.

Espera-se que o uso da tecnologia não seja elitizado. Que os avanços tecnológicos sejam acessíveis para todos e os preços sejam justos e compatíveis.

(*) Armando Kolbe Junior é coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional Uninter

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