Patrícia Rondon Gallina (*)
Que o verão é uma estação deliciosa todos nós sabemos. E é nesta época que as pessoas estão mais expostas ao sol devido às temperaturas mais altas e, também, aos calendários de férias que proporcionam maior liberdade para passeios ao longo do dia, aliados a alta temporada praiana.
Essa exposição ao sol pode trazer diversos benefícios à saúde, que vão desde a sensação de bem-estar físico e mental, absorção de vitamina D, estímulo da produção de melanina, tratamento de icterícia, entre outros. Mas, apesar dos seus benefícios, a exposição à radiação solar excessiva pode trazer danos à saúde, em especial à pele, pois é um órgão externo que serve como barreira entre o meio interno e o meio externo, sendo capaz de nos proteger contra danos físicos, químicos e biológicos. Essa barreira fica diretamente exposta à radiação UV e pode sofrer diversas alterações ao longo dos anos. Os principais problemas observados são envelhecimento precoce – também chamado de fotoenvelhecimento –, queimaduras, acne, manchas, alergias, feridas e até mesmo o câncer.
A pele desprotegida é mais susceptível ao desenvolvimento de câncer devido à característica carcinogênica da radiação ultravioleta A (UVA) e B (UVB). Pode-se dizer que a UVA, conhecida por proporcionar o bronzeamento da pele, dificilmente gera eritema, mas penetra profundamente na pele e é capaz de estimular a formação de radicais livres, gerar fotoenvelhecimento, manchas de pele e danos ao sistema vascular periférico. Já a UVB é responsável por diminuir a eficiência do sistema imunológico e pode provocar queimaduras, edemas e lesões ao DNA. Ambas são capazes de desencadear câncer de pele de acordo com o tempo, exposição e frequência ao sol.
O ideal é tomar sol antes das 10h e após as 16h, horário que o raio UVB é mais ameno. Porém, de acordo com diversos estudos, é justamente no período em que o sol deve ser evitado que a maioria das pessoas ficam expostas. Já os raios UVA possuem maior incidência, portanto, estão presentes mesmo em dias frios e chuvosos. Por esse motivo, o uso do protetor solar é essencial, faça chuva ou faça sol.
Tipos de protetores solares
Existem duas classes de filtros solares. Popularmente eles são conhecidos como filtros físicos e filtros químicos, em que os físicos são capazes de formar uma barreira na pele com o poder de refletir a radiação, enquanto os filtros químicos possuem compostos que são capazes de absorver a radiação. Embora os dois mecanismos sejam comprovadamente eficazes, ainda é possível encontrar fotoprotetores capazes de gerar proteção por meio da reflexão e absorção de forma simultânea.
Fator de proteção solar
O FPS, ou fator de proteção, é responsável por determinar quanto tempo uma pessoa pode ficar exposta ao sol de forma segura. Portanto, na hora de escolher seu filtro solar, você deve levar em consideração o FPS para determinar qual o tempo de reaplicação do produto. Por exemplo, uma pessoa que pode ficar exposta por 10 minutos ao sol sem se queimar, ao utilizar um filtro solar FPS 15, poderá se expor de forma segura por 150 minutos, pois o tempo de exposição segura foi aumentado em 15 vezes (10 x 15 = 150). Porém, se a mesma pessoa utilizar um filtro de FPS 30, ela poderá se expor de forma segura por 300 minutos. De acordo com a regra do FPS, para determinar o tempo de exposição segura, basta multiplicar o tempo em que você pode se expor ao sol, sem se queimar, pelo valor de FPS do filtro escolhido.
Portanto, lembre-se: quanto maior for o FPS maior será o seu tempo de proteção diante da radiação.
Prevenir ainda é a melhor maneira de evitar problemas de saúde relacionados à exposição solar. Por isso, não esqueça de se proteger utilizando filtro solar. Aproveite o verão e todas as estações do ano com segurança.
*Patrícia Rondon Gallina é farmacêutica, mestranda em Ciências Farmacêuticas e professora do Centro Universitário Internacional Uninter