O médico cooperado da Unimed Curitiba, especialista em infectologia e pediatria e vice-presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria, fala sobre a importância de os pais buscarem informações em fontes seguras para preservar vidas e famílias
Faz mais de um mês que a vacinação infantil começou no Brasil. Na capital do Paraná já teve até mutirão de fim de semana para aumentar o número de crianças protegidas contra a COVID-19. Ainda assim, os números de imunização não estão em patamares ideais e o número de crianças infectadas vem aumentando em hospitais pediátricos. Para entender esse cenário, trazer informações relevantes e confiáveis e sanar o máximo de dúvidas sobre o tema, a Unimed Curitiba promoveu a primeira edição do ano de seu projeto Diálogo Saudável com o médico cooperado especialista em pediatria e infectologia, Victor Horácio de Souza Costa Junior, que é também o atual vice-presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria. O vídeo foi ao ar no dia 18 de fevereiro, com dúvidas recebidas e respondidas na hora, e agora está disponível na fanpage no Facebook e no canal do YouTube da cooperativa para ser replicado ao máximo de pessoas que ainda tenham questões sobre a vacinação infantil.
O principal argumento dele para vacinar as crianças é o fato de que “a COVID-19 é a doença imunoprevisível que mais mata crianças em nosso país hoje”. Esse dado vem do seguinte comparativo: a soma de todas as outras doenças do calendário de vacinação da criança (BCG, Hepatite B, Tétano, Coqueluche, Difteria, Meningite, Pneumonia e etc) e todos os óbitos causados por essas vacinas em dois anos. “Essa é uma estatística importante e, por si só, já seria motivo suficiente”, afirma.
Um aspecto destacado pelo infecto pediatra é a busca dos pais por informações em fontes seguras, para preservar sua vida e da sua família. “Vivemos em uma onda muito antivacina. E isso é muito perigoso porque, ao mesmo tempo em que a gente vem falando da vacina contra COVID-19 em crianças e que algumas pessoas insistem em não vacinar por notícias falsas que acabam lendo na internet, existe uma outra corrente contra outras vacinas também. Criamos um cenário perigoso de não só o coronavírus estar causando doença em criança, mas voltar sarampo, varicela, uma série de outras doenças que nós já temos proteção”, avisa. Ele ainda lembra que, antigamente, muito se especulava sobre a vacina contra Varicela como indutora de Autismo, o que se provou um equívoco e levou um médico a perder sua licença na Inglaterra.
Costa Junior atua no Hospital Pequeno Príncipe e é um dos médicos que está fazendo o atendimento e acompanhamento de casos infantis de COVID-19 no momento. Ele revelou que, em todo 2021, foram 1.200 casos de infecção que a instituição recebeu. Para comparação, na quinzena do mês de janeiro de 2022 eles acabaram recebendo metade desse número já, um crescimento que ele acredita se dar “porque as crianças não foram vacinadas antes e em número suficiente. A imunização veio tardiamente e em meio a uma nova cepa circulando que é altamente transmissível como, por exemplo, o sarampo. Isso explica porque tantos casos entre crianças”. E agora com a aproximação do Carnaval fica novo alerta do médico: “aglomeração e descuido podem levar a nova onda após o feriado, é precisa manter as medidas preventivas para evitar que isso se repita”.