Confira pontos importantes que lhe permitirão refletir e fazer uma escolha adequada de alguém que irá iniciar um empreendimento com você.
Ademir Bueno (*)
Muitas vezes, o futuro empreendedor sabe que tem uma boa ideia, um bom motivo para planejar e estruturar um plano de negócios, mas se depara com uma grande e, às vezes, instransponível barreira: o capital necessário para iniciar e manter o negócio até que consiga chegar ao ponto de equilíbrio, quando despesas e receitas estarão no mesmo patamar. Aí o que vem à mente é “preciso de um sócio(a)”.
Se você está pensando nisso, apresento aqui alguns pontos que lhe permitirão refletir e fazer uma escolha mais adequada de alguém que irá, com você, estruturar e iniciar o empreendimento.
A primeira reflexão é sobre desejo ou necessidade. Você gostaria de ter um sócio para poder dividir responsabilidades e a gestão da empresa ou você tem a necessidade de um, porque não possui capital suficiente para dar o pontapé inicial ao negócio? A resposta a esse questionamento levará você para caminhos diferentes.
Existe o sócio-investidor, que é aquele que, depois que o Plano de Negócios está pronto, analisa, estuda e destrincha para entender se é viável, se atende aos seus objetivos como dono do capital financeiro e decide, então, colocar dinheiro na ideia com vistas a ter lucro na sequência.
Há também o sócio-administrador, aquele que investe e fica responsável pela gestão diária da empresa, fazendo pagamentos, definindo objetivos e metas, acompanhando o pessoal, realizando cobranças quanto aos objetivos de cada área. É aquele que coloca a mão na massa e faz a empresa se movimentar, produzindo e entregando aos clientes suas propostas de valor, ou seja, seus diferenciais.
Nem sempre escolher um ou outro é possível. Na maior parte das vezes, o futuro empresário não tem muita escolha, não, e aceita quem se mostrar interessado, alguém que ache a ideia viável e com possibilidade de retorno. Mas, se não for esse seu caso, pense nos pontos que serão destacados a seguir.
As opções disponíveis de pessoas interessadas se conectam com você em qual sentido? Gostam do segmento ou área que está voltada a ideia? Têm experiência e vivência nas áreas cruciais do negócio? Têm uma rede de relacionamentos que encurtará caminhos e abrirá portas?
O futuro sócio tem perfil complementar ao seu ou, pelo contrário, ambos são mais como água e vinho, que não se misturam facilmente? As competências dele somarão de forma espetacular ao core business?
A participação do futuro sócio no dia a dia da empresa será por meio de um representante ou familiar? Como serão distribuídas as tarefas e responsabilidades?
Ter sorte sempre ajuda neste momento, mas cuidar dos pontos elencados acima aumentam as chances de se encontrar um sócio e não um novo patrão. E uma vez escolhido o novo sócio, procure um bom advogado para a elaboração do contrato social da empresa e do acordo de sócios.
(*) Ademir Bueno é psicólogo, mestre em Sociologia e professor adjunto do curso de Administração e de cursos de pós-graduação do Centro Universitário Internacional Uninter.