Mas nada de pesar na mão e deixar os ambientes com cara de ultrapassado: arquitetas do Oliva Arquitetura explicam como mesclar com peças atuais sem deixar o projeto datado nem sobrecarregado
Muito bem alinhados nos mais diferentes estilos, os móveis antigos permitem criar um contraste interessante com peças contemporâneas, dando mais personalidade ao ambiente, além de resultar num toque de elegância. E junto da questão estética, muitas vezes carregadas por histórias de família, eles transmitem um significado especial. Porém, para que a combinação entre o moderno e o antigo revele harmonia é essencial saber dosar a quantidade de itens com ares vintage no ambiente.
“Para incluir um móvel antigo na leitura de um décor atual, primeiramente, precisamos observar o estilo e a proposta de distribuição do layout para só então definirmos o melhor lugar e o nível de destaque que desejamos atribuir a ele. Em um viés mais clássico, aí sim podemos empregar a peça na sua estética puramente original”, explica a arquiteta Fernanda Mendonça, sócia de Bianca Atalla no escritório Oliva Arquitetura. Ela ainda acrescenta que em uma proposta mais contemporânea, a solução é aplicar um novo acabamento para renovar suas características.
Incluindo o móvel antigo no décor
Os móveis antigos podem ser inseridos em qualquer cômodo, tanto na parte interna, como na parte externa da residência. Segundo Bianca, não existe uma quantidade certa de móveis para colocar em um determinado ambiente e esse número pode variar de acordo com o afeto que o morador sente por cada peça. Contudo, o excesso pode provocar a sensação de um local envelhecido e obsoleto.
Com isso, a recomendação é trabalhar o projeto incluindo peças pontuais que assumam a posição de destaque, em uma mescla entre o mobiliário vintage e moderno. E, nesse contexto, moradores e profissionais de arquitetura podem mergulhar na criatividade para sair do óbvio ao decidir pelos processos de restauração de pintura com cores diferentes. “Uma nova roupagem muda completamente a aparência do móvel, contribuindo para o equilíbrio almejado no projeto”, declara a arquiteta Fernanda.
Restauração
Para renovar ou resgatar o aspecto original do mobiliário antigo, é possível fazer a restauração, processo que visa manter a aparência original da peça, mas com o propósito de valorizar a atmosfera natural e as características da época em que foi fabricado. As técnicas de reparação também permitem conceder uma nova função e modernizar os móveis com história. Mas antes de decidir o caminho a seguir é necessário avaliar a peça com cuidado. “Nós podemos utilizar o móvel antigo na sua estética original fazendo um trabalho de restauração que não retira a sua essência. Agora, se a intenção for prosseguir por uma atmosfera mais moderna, a realização de uma pintura ou um novo acabamento é uma boa alternativa”, orienta Bianca.
Valor sentimental
O reparo de móveis com memória afetiva deve ser sempre considerado, uma vez que o décor revela o que é importante na vida de cada morador. Não é à toa que, quando uma peça com grande valor sentimental é danificada ou é doada, algumas pessoas sentem uma profunda dor da perda. Com isso, é preciso diferenciar o valor financeiro entre uma poltrona antiga e uma cadeira com design mais moderno, pois nem sempre a sua grandeza e valorização são diretamente ligadas ao aspecto financeiro. “Já vivenciamos muitas situações em que a carga emocional impediu que o morador se desfizesse de um móvel e isso nos fez incluí-lo com uma visão coerente no projeto de interiores”, relembra a arquiteta Fernanda Mendonça.
Relação custo-benefício
A utilização de móveis antigos também é uma boa alternativa para quem pretende economizar na decoração. Atualmente, existem muitas lojas especializadas em comercializar móveis do passado, facilitando a procura de quem deseja obtê-los. Uma outra possibilidade é garimpar para encontrar exatamente o móvel desejado, já que por ser um item pouco, procurado pode não estar nas vitrines. “Sem dúvidas barateiam o custo da obra, além de serem sustentáveis. E é perfeitamente possível, mesmo sem um vínculo inicial com o proprietário, construir uma história”, concluem as arquitetas.