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Lesões cardíacas representam até 30% das hospitalizações por síndromes pós-COVID-19

Além de vestígios deixados no pulmão, olfato e paladar, o coração é um dos órgãos mais acometidos pelas sequelas do Coronavírus
Ainda há muitos questionamentos sobre as sequelas da COVID-19, já que nem todas as pessoas sentem as mesmas coisas. Os efeitos mais comuns são aqueles encontrados no pulmão, como o surgimento de asma ou bronquite, a falta de paladar e olfato, fadiga excessiva e até mesmo perda de memória. Entretanto, há menos informações sobre quais são os vestígios cardiovasculares.

O coração é um órgão frequentemente afetado pela doença e há grandes possibilidades de desenvolver problemas ou ainda piorar a situação dos preexistentes. De acordo com o documento “Posicionamento Sobre Avaliação Pré-Participação Cardiológica Após a Covid-19”, as lesões cardíacas significavam entre 20 e 30% dos pacientes hospitalizados.

A cardiologista do Hcor, Dra. Salete Nacif, afirma que a forma mais aguda da doença pode causar danos diretos ao coração. “Pacientes que contraíram o modo mais agressivo do vírus têm a maior chance de desenvolver patologias cardiovasculares após um ano”, explica a médica.

Entre as sequelas mais comuns estão a arritmia cardíaca, inflamação do miocárdio, trombose, AVC e infarto. Além disso, não é necessário que o paciente tenha problemas cardiovasculares para desenvolver alguma doença. “Hoje em dia, nós perguntamos aos pacientes se eles já contraíram COVID-19, pois a doença por si só representa grande risco cardiovascular”, comenta Salete.

Uma pesquisa do Veterans Affairs em St. Louis Health Care System avaliou 154 mil pessoas, entre hospitalizadas ou não pelo vírus, e concluiu que em cada mil pessoas, pelo menos 45 desenvolviam alguma doença no coração. Este estudo mostrou que o indivíduo que teve o coronavírus em sua forma mais aguda tem a possibilidade de desenvolver insuficiência cardíaca em até 70% se comparado com pacientes que não contraíram a infecção.

Cuidados

Os danos causados pela COVID-19, dependendo da gravidade do caso, podem ser irreversíveis. “Até mesmo pessoas que não foram hospitalizadas podem desenvolver patologias cardíacas, mas vemos uma carga maior de doenças nos pacientes que precisaram ficar internados em UTIs”, comenta a cardiologista.

Para estes indivíduos que contraíram algum problema no coração, o ideal é que eles tenham um acompanhamento e avaliação cardiológica, a fim de determinar o melhor cuidado ou tratamento. Estar atento a fatores como hipertensão, diabetes, sedentarismo e fumo também devem ser observados atentamente não só em quem contraiu o vírus, mas na população geral.

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