Segundo relatório anual intitulado Microsoft Work Trend Index, publicado em março, 58% dos trabalhadores preferem o modelo híbrido ou remoto. Diante do cenário atual, no último dia 28, o Governo Federal sancionou a MP 1.108, que regulamenta o trabalho remoto. Com essas alterações, a advogada trabalhista Rafaela Sionek explica o que muda, na prática, para empregados e empregadores.
Segundo ela, a principal mudança está ligada às regras em relação ao trabalho remoto e ao teletrabalho, que eram considerados diferentes. Agora, com a MP, ambos serão a mesma coisa.
“Antes, o teletrabalho era somente aquele prestado fora das dependências da empresa por, pelo menos, três dias na semana. Agora, não existe mais essa diferenciação”, explica Rafaela Sionek. Outra alteração importante está relacionada ao modelo de contrato, que agora poderá ser por jornada ou por produção.
“No contrato por jornada, o trabalhador que está no modelo remoto deverá marcar o seu ponto, tendo assim direito às horas extras. No modelo por produção, no entanto, a empresa adotará metas, mas sem exigir o cumprimento de uma jornada de trabalho, devendo o empregado e o empregador entrarem em um acordo sobre as tarefas e flexibilidade de horário”, explica a advogada. Outra possibilidade que a MP traz é de aplicação da legislação do trabalho remoto também para aprendizes e estagiários.
A MP também traz regras como o enquadramento sindical, que deverá seguir sempre as normas do estado em que a empresa está sediada, além do trabalho remoto internacional, que permitirá ao empregado e empregador negociarem as condições trabalhistas a serem aplicadas (do país que reside o profissional ou do Brasil). Por fim, a MP 1.108 também prevê que pessoas com deficiência e mães de crianças de até 4 anos tenham prioridade pelo modelo de trabalho remoto.
Estudo do IWG prevê que o modelo de trabalho híbrido continuará a acelerar ao longo de 2022. À medida que o mercado de trabalho do Reino Unido continua sua recuperação em meio à flexibilização das restrições no local de trabalho, mais empresas estão percebendo os benefícios econômicos, sociais e de saúde do trabalho híbrido. Pesquisas mostram que a adoção do trabalho híbrido e a utilização de espaços de trabalho compartilhados podem diminuir significativamente os custos de operação (como aluguel, climatização e backoffice, por exemplo). Segundo levantamento Global Workplace Analytics, essa redução chega a ser, em média, de US$ 11 mil por empregado. Isso cria uma economia substancial, independentemente do tamanho da empresa.
Pesquisa do IWG mostra que empresas do índice FTSE 250 preferem, três vezes mais, um modelo de escritório híbrido em comparação com aquelas que procuram continuar no mesmo modelo que no período pré-pandêmico.
A pesquisa realizada pela Confused descobriu que além da economia de tempo, o trabalho híbrido pode fazer com que os empregados economizem, em média, US$ 428 por mês em viagens de trem e outras despesas, e até US$ 167 por mês se eles fazem o trajeto de carro. Segundo o IWG, quase metade dos trabalhadores de escritório (49%) deixariam o emprego se pedissem para retomarem ao presencial cinco dias por semana. 72% dos respondentes preferem trabalhar de forma flexível a voltar ao presencial com 10% de aumento salarial. Pesquisas mostram que permitir que trabalhem em casa, pelo menos uma parte do tempo, poderia reduzir as emissões de nitrogênio, o principal poluente do escapamento do carro, em até 10%, como resultado da minimização dos deslocamentos para os empregados ao longo da semana.
Já pesquisa da PWC realizada no ano passado constatou que 57% dos líderes empresariais disseram que, graças a uma política de trabalho mais flexível, suas empresas tiveram um desempenho melhor de produtividade do que nunca, com apenas 4% dos líderes empresariais relatando declínio na produtividade dos empregados.