Cirurgia para Feminização Facial, cada vez mais frequente no Brasil, será debatida em evento nacional em Florianópolis

Procurada principalmente por transgêneros em processo de transição, a Cirurgia de Feminização Facial é muito diferente de todos os outros procedimentos da especialidade buco-maxilo-facial. “Além de aprender uma técnica específica, é necessário entender o conceito e a realidade da paciente transgênero: o que é ser transgênero?, O que é disforia de gênero e suas consequências. É um universo inteiro a ser compreendido”, explica Rodrigo Fromer, conferencista do XXV COBRAC, realizado em Florianópolis de 14 a 17 de junho no Centro de Convenções CentroSul.

Segundo ele, a paciente normalmente precisa de uma avaliação multidisciplinar que confirme se ela é candidata a iniciar o processo de transição, que entre outras coisas, inclui a cirurgia. Contamos com uma equipe multidisciplinar com psicólogo, endocrinologista, fisioterapeuta, além da equipe cirúrgica com cirurgiões plásticos, craniofacial e buco-maxilo-facial. “A feminização facial é um conjunto de procedimentos cirúrgicos que busca dar ao rosto características e formas tipicamente femininas. Vai além de um único procedimento, cada face é única e cada paciente tem indicações de intervenção diferentes”, explica Rodrigo Fromer.

Várias cirurgias

O especialista explica que vários procedimentos podem ser realizados para a completa feminização facial. “É um conjunto de cirurgias esqueléticas que altera o formato da testa, nariz, zigomáticos, que são as ‘maçãs do rosto’, contorno da mandíbula e a cartilagem tireoide, conhecida como ‘pomo de adão’”, detalha Rodrigo Fromer. Para promover as alterações os procedimentos mais frequentes são:

  • Frontoplastia: procedimento para remodelar a testa, o contorno das órbitas e levantar as sobrancelhas, suavizando a aparência. Pode ser associada ao avanço da linha do cabelo;
  • Suavização do ‘Pomo de Adão’: procedimento que reduz a proeminência da cartilagem tireoide e torna o desenho do pescoço mais feminino;
  • Recontorno mandibular e mentoplastia: remodela a linha de divisão entre o rosto e o pescoço, tornando a aparência facial mais suave e o contorno do queixo mais delicado;
  • Rinoplastia: remodela a estrutura nasal para tornar o formato do nariz mais harmonioso em relação à face e suas características.

“Os resultados das cirurgias de feminização facial são muito bons. As mudanças esqueléticas trazem perceptíveis alterações, deixando o rosto mais delicado”, conclui o especialista. Ele conta que, apesar da complexidade dos procedimentos, a recuperação é normalmente indolor.  “O edema (inchaço) e as equimoses (roxos) no pós operatórios são frequentes e podem variar de intensidade de acordo com a quantidade de cirurgias realizadas e com a resposta inflamatória de cada paciente. Os cuidados e o seguimento das recomendações medicas são fundamentais para um bom desfecho”, orienta Rodrigo Fromer.

As cirurgias são realizadas com planejamento virtual, ferramenta imprescindível para cirurgias faciais esqueléticas. “Ele permite precisão na execução dos procedimentos com guias cirúrgicos, o que aumenta a previsibilidade dos resultados. Os pacientes podem visualizar as imagens como expectativa de resultado”, completa o conferencista do COBRAC.

Serviço:

XXV COBRAC

Data: de 14 a 17 de junho

Local: Centro de Convenções CentroSul

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