Dia do Pediatra: o Pediatra na UTI Neonatal e UTI Pediátrica

A data – 27 de julho – foi escolhida pela Sociedade Brasileira de Pediatria para homenagear esse profissional, muito procurado pelos pais, sobretudo os de primeira viagem, para tirar dúvidas sobre a saúde dos pequenos. Entretanto, a função do pediatra, além de tratar alguma enfermidade, é acompanhar o desenvolvimento da criança. Por essa razão, as consultas, em geral, são mais demoradas, pois possibilitam aos pais esclarecerem suas dúvidas e receberem orientações sobre alimentação, sono, vacinas e prevenção de doenças e de acidentes.
Apesar de presentes na vida da maioria das famílias, muitos ainda desconhecem a atuação deste profissional em uma UTI Neonatal e UTI Pediátrica. A origem dessas unidades está no centro de recém-nascidos prematuros no Hospital Michel Reese, em Chicago/EUA, criado pelo pediatra Dr. Julius Hess, no ano de 1914. No Brasil, segundo o livro Medicina Intensiva, publicado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira – AMIB, a primeira UTI respiratória surgiu no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HSE-RJ), em 1967, graças aos estudos de ventilação mecânica do médico Antônio Tufik Simão, que esteve à frente da coordenação médica da unidade até 1990.
A UTI pediátrica atende pacientes de 0 a 18 anos incompletos, por isto abrange uma gama de patologias diversas, cuidados individualizados e diferenciados para cada patologia. Já a UTI neonatal é restrita ao período neonatal com patologias e cuidados específicos do bebê que acabou de nascer.

UTI Pediátrica – De acordo com a Dra. Alessandra Cazetta Sinhoroto, médica da UTI Neocenter na unidade Felício Rocho/Belo Horizonte, o setor tem como objetivo tratar crianças com problemas agudos e graves. As principais patologias assistidas nessa unidade são: insuficiência respiratória e cardíaca, insuficiência renal, doenças do sistema nervoso, doenças metabólicas e pós-operatórios.
“O tratamento é individualizado, desenvolvido por uma equipe especializada e multidisciplinar, importante para o acolhimento dos pais que ficam preocupados com os seus bebês. Ela inclui médicos intensivistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista e terapeuta terapia ocupacional”, informa a médica, lembrando ainda que a unidade é dotada também de equipamentos modernos, técnicas avançadas e ambiente humanizado.
O principal avanço da área destacado pela Dra. Alessandra, é a presença da família nas unidades de UTI e os cuidados com a humanização, fundamentais nesse momento. “Inúmeros estudos mostram a importância da presença dos pais na UTI Pediátrica e da participação deles nos cuidados ao filho hospitalizado, não só para o estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho, mas, também, para a redução do estresse causado pela hospitalização e no preparo para o cuidado à saúde no domicílio”, ressalta.

Recém-Nascido na UTI Neonatal – Segundo Dra. Letícia Rosado Campos Cembranelli, médica do grupo Neocenter/BH, pediatra e intensivista pediátrica, “na UTI Neonatal a equipe multidisciplinar atende de uma forma integral o recém-nascido, dando atenção, sobretudo, para as necessidades vitais do organismo do bebê, como suporte para a respiração, nutrição, controle térmico, entre outras necessidades. O tempo de internação depende do quadro do bebê e da idade gestacional do nascimento”, destaca a médica.
Segundo ela, as situações mais graves dos bebês internados na UTI são a prematuridade extrema, cardiopatias e síndromes congênitas. “Quando as coisas não correm como o previsto, pais e mães são obrigados a tirar forças para superar as dificuldades. A vida do bebê internado na UTI Neonatal costuma ter altos e baixos. São pequenas vitórias e revezes inesperados, seguidos de novas conquistas.
Como orientação aos pais, a Dra. Letícia Rosado pontua: “para os pais que possuem filhos com a necessidade de cuidados intensivos neonatais, digo que por mais longo e sofrido que pareça esse período, ele vai passar. Esses dias terão lembranças de paciência e resiliência. O tempo é todo deles e o cuidado é todo para eles. E quem aprende somos todos nós.”

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